O presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta sexta-feira, 30, que o governo federal não terá como dar nova ajuda financeira às famílias, caso as restrições radicais à circulação permaneçam, em um almoço com empresárias e executivas em São Paulo.
Na conversa com o grupo, Bolsonaro afirmou ter reparado que, no caminho até o hotel Palácio Tangará, onde o evento foi realizado, havia várias lojas com portas fechadas e placas de aluga-se e vende-se. Para ele, após os repasses feitos pelo governo federal tanto por meio do auxílio emergencial quanto pela ajuda aos Estados, cabe à população cobrar dos governadores o uso dos recursos, bem como iniciativas para fazer a economia girar e, consequentemente, reduzir o desemprego.
O presidente da República disse que ninguém esperava a pandemia do vírus chinês com tamanha gravidade e, sem perspectivas de que termine, será preciso aprender a conviver com o vírus e voltar a trabalhar para a economia caminhar. “Ninguém discordou”, afirmou Marly Parra, conselheira da iHub Investimentos e ex-executiva da E&Y e do GPA.
Bolsonaro ao lado de Karim Miskulin, diretora-geral do Grupo Voto e organizadora do evento.Foto: Alan Santos/PR
As discussões nas mesas giraram sobretudo em torno de reformas, principalmente tributária. “Há 22 projetos importantes parados que precisam ser tocados”, disse Marly. “Quisemos saber o que os ministros podem fazer para agilizar essas votações.”
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também presente ao almoço, falou sobre as iniciativas para controlar a inflação, com a alta nos preços das commodities e do câmbio e o aumento da demanda em algumas áreas. Voltou também a falar no lançamento de um programa para os “cerca de 40 milhões dos chamados invisíveis, que atuam com trabalho informal e não têm conta em banco”, sem dar detalhes.
Bolsonaro disse que o governo está empenhando-se ao máximo para vacinar toda a população até o fim do ano.
Dulce Pugliese, presidente do conselho da Dasa e cofundadora da Amil, e uma das mulheres mais ricas do Brasil, com uma fortuna de US$ 6 bilhões, segundo a revista Forbes, falou em nome das convidadas. “Nem em meus sonhos pensei em falar para nosso presidente e seus ministros”, disse ela, em seu discurso.
Além de Guedes, estiveram presentes Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações), Pedro Guimarães (Caixa Econômica Federal) e Paulo Skaf (presidente da Fiesp).
No total, havia quase 70 pessoas no encontro organizado pelo Grupo Voto, que promove a aproximação entre empresários e políticos e fez o primeiro evento exclusivamente para mulheres.
Com informações de Cristiane Barbieri, O Estado de S.Paulo