Aproximadamente 40 homens fortemente armados, no último dia 21 de abril, invadiram a fazenda Santa Carmem, a 190 quilômetros de Porto Velho, Rondônia. Outras quatro fazendas na região também já foram invadidas pelos criminosos, que se declaram fazer parte da Liga Camponesa dos Pobres – um movimento de guerrilha armada.
Segundo a família Leite, dona da propriedade depredada, dez funcionários que estavam no local foram rendidos e torturados durante mais de seis horas. Os criminosos também teriam destruído cercas, construções, áreas de reserva, carros e motos dos funcionários, além de terem roubado dois tratores e pertences dos trabalhadores. O prejuízo é estimado em R$ 2 milhões de reais.
“É um sentimento enorme de tristeza, de indignação. Justiça é o que nós queremos. Não podemos permitir que se crie um Estado paralelo ao Estado brasileiro. O direito à propriedade é sagrado, e diversos crimes têm sido cometidos. Está se formando uma milícia na nossa região”, afirma o empresário e pecuarista Ricardo Leite.
As ações da Liga Camponesa dos Pobres teriam começado ainda em julho do ano passado, quando invadiram as fazendas NorBrasil e Gleba Arco Íris, vizinhas à Santa Carmem.
Conforme os depoimentos das vítimas, nos primeiros ataques do movimento de guerrilha armada, oito homens encapuzados chegaram no local em motocicletas, efetuando disparos de arma de fogo e mandando que todos deitassem no chão. Os criminosos, além de agredir um dos funcionários com coronhadas na cabeça, também roubaram os celulares das vítimas e outros pertences.
“Eles destruíram uma casa de apoio, deram mais de 200 tiros e atacaram os funcionários. Uma semana que saiu a reintegração, eles voltaram. Tem mais de 600 pessoas na nossa área de reserva legal, e eles estão derrubando tudo. Já comunicamos ao Ibama, Exército e todos os órgãos”, conta um dos proprietários dessas fazendas, Sebastião dos Santos.
A Liga dos Camponeses Pobres vem atuando em uma área onde dois policiais militares já foram mortos no ano passado. Segundo Sebastião dos Santos, há suspeitas de que membros do movimento tenham sido responsáveis pelos assassinatos.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), Hélio Dias de Souza, por medo de retaliação por parte dos criminosos, preferiu não se manifestar.
Segundo análise do especialista em segurança pública Bene Barbosa, durante o Boletim da manhã desta quinta-feira (29), “é óbvio que essas armas não eram legais. As armas que abastecem tanto os criminosos comuns quanto os terroristas – porque isso é um grupo terrorista, não tenho a menor sombra de dúvida disso, são torturadores”.
“Eu vi as fotos dos funcionários que foram torturados, com vergões nas costas, bastante machucados e não bastasse isso, há ainda obviamente o terror psicológico de estar ali naquela posição, completamente subjugado, com a vida, literalmente na mão desse pessoal. Se os quisessem executar, executariam e acabou”, declarou Bene Barbosa. “Isso vem acontecendo já há muitos anos nesse local – são sempre, claro, com armas ilegais, porque criminosos não dependem do comércio legal para adquirir suas armas”.
Segundo o especialista, o Brasil está perdendo uma importante “janela de oportunidade” para o armamento da população de bem.
“Nós tivemos uma janela de oportunidade de dois anos para ser trabalhado fortemente nesse aspecto e isso acabou não acontecendo, nós não geramos uma pesquisa, um estudo, não geramos nada técnico que poderia ter sido gerado e poderia estar agora sendo apresentado lá no STF”, alertou Bene Barbosa.
“Vejam isso, a restrição de armas no Brasil vira uma política constitucional de Estado. E aí, para você mudar isso, talvez até nem uma PEC seja suficiente, porque um projeto de emenda constitucional pode ser também considerado inconstitucional, olhe o perigo que estamos correndo. Tanto o voto do Fachin como o da ministra Rosa Weber apresentam uma enxurrada de estudos que foram apresentados por ONGs desarmamentistas. Foram produzidos e apresentados por ONGs desarmamentistas financiadas pela Open Society Foundation, e isso não é invencionice, basta entrar no site deles e você verá ali “Open Society Foundations”, para quem ainda não sabe, a Open Society é do George Soros, e esse pessoal é o do Insituto Igarapé, do Sou da Paz etc. Esse pessoal hoje está no poder”, concluiu o especialista em segurança pública.
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Brehnno Galgane, Terça Livre