O Pix, sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central (BC) e lançado em novembro, completa 100 dias de operação nesta quinta-feira e já é usado pela maioria dos brasileiros. Pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas, em parceria com a Toluna, aponta que 77% das pessoas já cadastraram alguma chave para usar o novo meio de pagamento e 69,2% tiveram a chance de efetuar alguma transação.
Em relação à frequência de utilização, 27,4% dos entrevistados responderam que recorrem à ferramenta de duas a quatro vezes por semana, proporção próxima daqueles que afirmaram usar apenas uma vez por semana, com 26,4%. Quem respondeu que faz um Pix uma vez por mês corresponde a 20,6% dos entrevistados. Os que usaram apenas uma vez são a menor fatia, 13,3%.
A transferência de recursos para pessoa física é a principal utilidade do Pix para os entrevistados, com 78,7% de menções. Em segundo lugar, está o recebimento de dinheiro, com 57,7%, bem próximo do resultado alcançado para o pagamento de serviços, que ficou em terceiro e registrou 55,3% de citações.
O relatório que acompanha a pesquisa destaca comentários significativos feitos por entrevistados. Um deles afirma que deixou de usar a maquininha para realizar vendas à vista e agora deixa o equipamento disponível apenas para pagamentos no cartão de crédito.
Contudo, ainda há certa resistência por parte dos consumidores para comprar por meio do Pix, em especial no comércio eletrônico. “Gosto pelo fato de poder transferir para pessoas próximas, mas não para compras online, por medo de calote”, é o que diz um dos comentários destacados pela pesquisa.
Além disso, o levantamento verificou que é alto o nível de satisfação dos brasileiros com o Pix, com 98% de aprovação, dos quais 76% dizem estar “muito satisfeitos” e 22% afirmam que estão “satisfeitos”. Para os autores do estudo, trata-se de um resultado surpreendente, dado que o Pix está em operação há pouco mais de três meses.
De forma geral, avaliam os autores do estudo, os usuários concordam que o PIX não apresentou problemas, que é seguro, que atende suas necessidades e que utilizariam para realizar transferências de dinheiro entre pessoas. “Em um grau menor, também concordam que utilizariam o PIX para compras nos varejos físico e virtual, havendo um discreto receito com relação a estes usos”, afirmam.
André Ítalo Rocha, O Estado de São Paulo