segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

"A maioria do STF leu a Constituição. Mas e agora?", pergunta Sílvio Navarro

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O Supremo protagonista | Foto: Eduardo Coutinho/Wikimedia Commons

Não havia muito a debater e ao final prevaleceu a regra clara: a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou o parágrafo 4 do artigo 57 da Constituição, respondendo a uma provocação do PTB sobre a possibilidade de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre permanecerem no comando das duas Casas do Congresso Nacional: “Mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”. 

Algo que a sociedade deva comemorar? 

De jeito nenhum. Fosse um país sério — e ainda não estou seguro se em algum dos votos dos togados não havia uma das chamadas “jabuticabas” à brasileira embutida — esse tema não teria sequer sido levado à  análise. 

Mas o Supremo gosta do papel de protagonista, daquele frio na barriga de final de novela.

Segundo fontes ouvidas pela Oeste, muitos os 11 ministros deixaram brechas para um tal “voto médio” — ou seja, eles ainda podem revisar seus textos enviados virtualmente e adaptá-los para formar uma nova maioria. 


O pano de fundo seria barrar a reeleição de Rodrigo Maia, o que atende tanto a vontade do Palácio do Planalto como a voz das ruas (na pandemia traduzida ainda mais nas redes sociais), mas permite a recondução de Davi Alcolumbre no Senado. 


Por isso o placar terminou: 7 x 4 contra Maia, mas 6 x 5 contra Alcolumbre.

Revista Oeste