A carga apreendida é de 13 toneladas de produtos para o cabelo, Agência de Alfandega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) suspeita do uso de trabalho forçado

Foto: Jarosław Bialik/Pixabay
A Agência de Alfandega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) apreendeu um carregamento com quase 13 toneladas de perucas e outros produtos para o cabelo. As autoridades suspeitam primordialmente que esses produtos foram produzidos com trabalho forçado na província chinesa de Xinjiang.
Importar produtos feitos com mão de obra forçada é considerado ilegal, de acordo com a lei norte-americana. No entanto, é muito difícil comprovar isso, o que torna esse tipo de apreensão um evento raro, informa o site de notícias dos EUA Axios.
Em 17 de junho, a CBP emitiu uma ordem onde pede que seja apreendida qualquer carga da Lop County Meixin Hair Product Co. Ltd que entre nos EUA. A empresa é localizada na província de Xinjiang. A carga apreendida havia sido descarregada no Porto de Nova York.
Com os seus produtos apreendidos, a empresa chinesa terá os produtos liberados caso comprove que não utilizou a mão de obra forçada. “A produção desses produtos constituem uma violação muito grave aos direitos humanos. Essa ordem de apreensão manda uma mensagem clara e direta para todos aqueles que pretendem fazer negócios com os EUA. Práticas ilícitas e que atentem aos direitos humanos não serão toleradas na nossa cadeia de produção”, afirmou Brendan Smith, da CBP.
Xinjiang
Localizada no extremo oeste do país, a província de Xinjiang é majoritariamente habitada pelo povo uigur, que são na sua maioria muçulmanos. Cerca de 25 milhões de uigur vivem na China.
Grupos que lutam pela autonomia do território são inegavelmente reprimidos pelas autoridades de Pequim. De acordo com dados feitos pela Organização das Nações Unidas, mais de um milhão uigur estão presos em campos de concentração.
Como já informado por Oeste, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode assinar uma lei para impor sanções às autoridades do regime chinês que participam da repressão aos uigur.
Gabriel Oneto, Revista Oeste