segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

XP define valor de ação em IPO nos EUA e oferta pode chegar a US$ 2 bilhões

XP Investimentos deu mais um passo para sua abertura de capital nos Estados Unidos e definiu a faixa indicativa de preço para as ações em sua oferta inicial (IPO, na sigla em inglês). O intervalo para o valor do papel ficou entre US$ 22 e US$ 25, conforme formulário atualizado nesta segunda-feira, 2, na Securities Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de capitais de lá. A oferta poderá alcançar US$ 1,8 bilhão, mostra o documento. 
Sede da corretora XP Investimentos
Sede da corretora XP Investimentos Foto: Aline Bronzati/Estadão
A oferta envolverá a venda de 72,51 milhões de ações classe A. Desse volume, 42,53 milhões farão parte da oferta primária, aquela que vai injetar recursos no caixa da empresa, e 29,95 milhões ações da oferta secundária. Com a oferta precificada no teto da faixa indicativa, a XP estreia na Nasdaq com um valor de mercado de US$ 13,8 bilhões, ou quase R$ 60 bilhões. A oferta deve ser precificada no início da próxima semana. 
A depender da demanda, o prospecto mostra que poderá ser acrescido um lote de 10,87 milhões de ações, elevando o potencial da oferta para US$ 2,085 bilhões. Além de sócios executivos da XP, são vendedores na oferta os fundos General Atlantic e Dynamo.
O documento protocolado na SEC já indica a intenção de compra de investidores. O prospecto informa que entidades representadas pela Durable Capital Partners já indicou o interesse de comprar até 7,25 milhões de ações da XP na oferta.
Para a oferta inicial, as ações da XP foram divididas em duas classes, sendo que os detentores das ações da “classe B” terão 10 vezes mais votos do que os que tiverem as ações “classe A”. Essa estrutura é denominada no mercado como uma ação “super ordinária” e tem sido utilizada nos IPOs de empresas de tecnologia. O modelo, contudo, não é permitido pela legislação brasileira. Assim, serão vendidas apenas as ações da “classe A”. O prospecto diz que as ações da XP Controle são de “classe B”, ao passo que as detidas pelo Itaú, que possui 49% da XP, e o fundo General Atlantic terão suas ações divididas entre papéis de classe A e B.

A XP informou ainda que possui 1,5 milhão de clientes ativos, por meio de suas três marcas, a própria XPRico e Clear. Ao todo são R$ 350 bilhões sob custódia, receita de R$ 3,7 bilhões e lucro líquido de R$ 699 milhões de janeiro a setembro. 

Fernanda Guimarães, O Estado de S.Paulo