THE NEW YORK TIMES
O Japão tem 512 mil habitantes a menos neste ano do que em 2018, de acordo com uma estimativa divulgada na terça-feira (24) pelo Ministério do Bem-Estar do país.
É uma queda maior que toda a população da cidade de Atlanta, nos Estados Unidos. Os números são o último sinal dos crescentes desafios demográficos do Japão.
É uma queda maior que toda a população da cidade de Atlanta, nos Estados Unidos. Os números são o último sinal dos crescentes desafios demográficos do Japão.
Os nascimentos no país —que devem ficar abaixo de 900 mil neste ano— estão em seu menor nível desde 1874, quando a população era cerca de 70% menor que os atuais 124 milhões.
O número total de mortes, por outro lado, está aumentando. Neste ano, deverá chegar a quase 1,4 milhão, o mais alto desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O aumento é impulsionado pela população cada vez mais idosa do país.
Essa diferença entre nascimentos e mortes colocou o Japão em um aperto demográfico.
À medida que diminui o número de nascimentos, menos jovens entram na força de trabalho, o que significa que menos pessoas substituem os trabalhadores aposentados e os apoiam à medida que envelhecem.
A situação representa uma séria ameaça à vitalidade econômica do Japão e à sua rede de segurança social.
O Japão não é o único país que enfrenta o problema de uma sociedade em contração. Também não é o que tem a menor taxa de natalidade: esse título vai para a Coreia do Sul.
E outros países —da China aos Estados Unidos — também enfrentam o declínio das taxas de natalidade, o que poderá provocar problemas no futuro.
Mas o Japão é a nação mais grisalha do mundo: quase 28% de seus residentes têm mais de 65 anos.
O Japão teve algum tempo para lidar com os efeitos do declínio populacional: o país encolhe constantemente desde 2007. Naquele ano, a população japonesa diminuiu cerca de 18 mil pessoas.
Desde então, porém, as perdas se aceleraram rapidamente, cruzando a marca de 500 mil neste ano pela primeira vez. Em todo o país, aldeias inteiras estão desaparecendo, pois os jovens optam por não ter filhos ou mudam-se para áreas urbanas em busca de melhores oportunidades de emprego.
Não há fim à vista para o declínio: o governo estima que a população possa encolher cerca de 16 milhões de pessoas —ou quase 13%— nos próximos 25 anos.
Em resposta, o Japão adotou esforços para aumentar sua taxa de fertilidade —o número médio de nascimentos por mulher— de seu nível atual de 1,4 para uma meta de 1,8, ainda aquém dos 2,1 considerados necessários para manter a população estável.
O governo passou a incentivar os nascimentos, aumentando os incentivos para os pais terem mais filhos e reduzindo os obstáculos que podem desencorajar aqueles que desejam tê-los.
Mas os incentivos estão se mostrando insuficientes à medida que mais pessoas no Japão adiam a gravidez —ou não têm filhos— para aproveitar as oportunidades econômicas.
Ou, inversamente, porque estão preocupadas com a inexistência de oportunidades econômicas e não podem sustentar filhos.
Mesmo para os que querem ser pais, no entanto, os obstáculos permanecem assustadores.
A demanda por creches no país ultrapassa em muito a oferta, dificultando para as mães trabalhadoras conciliar carreiras com filhos.
E os pais que desejam tirar proveito da generosa licença-paternidade do país podem ser estigmatizados por uma crença cultural arraigada de que o lugar do homem é no escritório, não em casa.
Além das preocupações do governo, o casamento está em declínio. O número de casamentos caiu 3.000 em relação a 2018, para 583 mil, de acordo com os dados divulgados na terça-feira, parte de um declínio acentuado na última década.
À medida que os nascimentos continuam a diminuir, o Japão tenta promover robôs como complemento para a redução da força de trabalho.
Também se comprometeu a aceitar um número limitado de imigrantes para realizar trabalhos vitais, como cuidar de idosos. Neste ano, o país começou a emitir mais de 250 mil vistos para imigrantes que farão esses serviços.
Mas o Japão é a nação mais grisalha do mundo: quase 28% de seus residentes têm mais de 65 anos.
O Japão teve algum tempo para lidar com os efeitos do declínio populacional: o país encolhe constantemente desde 2007. Naquele ano, a população japonesa diminuiu cerca de 18 mil pessoas.
Desde então, porém, as perdas se aceleraram rapidamente, cruzando a marca de 500 mil neste ano pela primeira vez. Em todo o país, aldeias inteiras estão desaparecendo, pois os jovens optam por não ter filhos ou mudam-se para áreas urbanas em busca de melhores oportunidades de emprego.
Não há fim à vista para o declínio: o governo estima que a população possa encolher cerca de 16 milhões de pessoas —ou quase 13%— nos próximos 25 anos.
Em resposta, o Japão adotou esforços para aumentar sua taxa de fertilidade —o número médio de nascimentos por mulher— de seu nível atual de 1,4 para uma meta de 1,8, ainda aquém dos 2,1 considerados necessários para manter a população estável.
O governo passou a incentivar os nascimentos, aumentando os incentivos para os pais terem mais filhos e reduzindo os obstáculos que podem desencorajar aqueles que desejam tê-los.
Mas os incentivos estão se mostrando insuficientes à medida que mais pessoas no Japão adiam a gravidez —ou não têm filhos— para aproveitar as oportunidades econômicas.
Ou, inversamente, porque estão preocupadas com a inexistência de oportunidades econômicas e não podem sustentar filhos.
Mesmo para os que querem ser pais, no entanto, os obstáculos permanecem assustadores.
A demanda por creches no país ultrapassa em muito a oferta, dificultando para as mães trabalhadoras conciliar carreiras com filhos.
E os pais que desejam tirar proveito da generosa licença-paternidade do país podem ser estigmatizados por uma crença cultural arraigada de que o lugar do homem é no escritório, não em casa.
Além das preocupações do governo, o casamento está em declínio. O número de casamentos caiu 3.000 em relação a 2018, para 583 mil, de acordo com os dados divulgados na terça-feira, parte de um declínio acentuado na última década.
À medida que os nascimentos continuam a diminuir, o Japão tenta promover robôs como complemento para a redução da força de trabalho.
Também se comprometeu a aceitar um número limitado de imigrantes para realizar trabalhos vitais, como cuidar de idosos. Neste ano, o país começou a emitir mais de 250 mil vistos para imigrantes que farão esses serviços.
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves