Sem dúvida, 2019 deixará saudades nos investidores. Afinal, não é sempre que vemos o Ibovespa acumular uma alta tão eloquente, quanto os 31,5% deste ano.
É verdade que houve uma rara conjunção de fatores, como a retomada da economia, a redução da Selic ao menor nível da história e a aprovação da reforma da Previdência.
Mas o que todos querem saber agora é quanto a bolsa pode subir em 2020. Como toda previsão, qualquer resposta embute uma grande dose de incertezas. Na média, contudo, os analistas acreditam que ainda há fôlego para uma boa valorização dos papéis de empresas brasileiras.
O Money Times computou as estimativas de 12 instituições, entre bancos, corretoras, gestoras e casas independentes de análise. As projeções convergem para uma média de 133.968 pontos, o que indica um potencial de alta de 15,86% sobre os 115.621 pontos com que o Ibovespa fechou o último pregão do ano.
Conservador
O JP Morgan é o mais conservador entre as instituições consultadas. No seu cenário básico, a bolsa brasileira terminará 2020 em 126 mil pontos, uma alta de quase 9%.
Ainda assim, é preciso lembrar que a recomendação do banco para o Ibovespa é overweight entre os índices latino-americanos. Isto é, se alguém quiser apostar nas bolsas da região, a dica do JP Morgan é alocar mais dinheiro aqui. Somente a Colômbia recebeu indicação semelhante para 2020.
Para se ter uma ideia, a instituição projeta uma alta para o MCSI LatAm (que representa a variação média das bolsas da região) de 11,7%.
Conjunção
Na ponta mais otimista, está a XP Investimentos, que projeta 140 mil pontos, o que corresponde a uma valorização de 21%. Segundo a gestora, tudo conspira para a alta das ações, como a recuperação da economia e as menores despesas financeiras das companhias, devido aos juros baixos.
A XP acrescenta que os fundos de investimento ajudarão a elevar o Ibovespa, já que reservarão uma fatia maior de recursos para renda variável. De acordo com a instituição, a alocação em ações está em 8%, pouco abaixo da média histórica dos fundos, de 8,4%, e bem longe do pico de 14,6% registrado em 2007.
“Esperamos uma grande e constante migração de ativos para a bolsa, seja por meio de fundos ou diretamente por ações”, afirma o relatório.
Veja, a seguir, a previsão das 12 instituições consultadas. Participaram do levantamento: Ágora Investimentos, Bank of America, BB Investimentos,Bradesco, BTG Pactual, Eleven Research, Genial Investimentos, Itaú BBA, JP Morgan,Mirae Asset, Santander Brasile XP Investimentos.
Instituição | Previsão | Potencial de alta |
---|---|---|
Ágora Investimentos | 139.000 | 20,22 |
Bank of America | 130.000 | 12,43 |
BB Investimentos | 130.000 | 12,43 |
Bradesco | 139.000 | 20,22 |
BTG Pactual | 133.616 | 15,56 |
Eleven Research | 138.000 | 19,35 |
Genial Investimentos | 135.000 | 16,76 |
Itaú BBA | 132.000 | 14,17 |
JP Morgan | 126.000 | 8,97 |
Mirae Asset | 130.000 | 12,43 |
Santander Brasil | 135.000 | 16,76 |
XP Investimentos | 140.000 | 21,08 |
Média | 133.968 | |
30 de dezembro | 115.621 | |
Valorização média | 15,86% |
MoneyTimes