A chinesa Huawei, fabricante de celulares e equipamentos de telecomunicações, estima que a tecnologia de internet de quinta geração, o 5G, tem potencial para agregar US$ 289 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025, por meio da prestação de novos serviços e aumento de processos já existentes. Desse montante, US$ 137 bilhões serão por meio de B2B (negócios entre empresas), especialmente nos segmentos de indústria, varejo, logística e saúde. A projeção foi divulgada nesta terça, 29, pelo presidente da companhia no Brasil, Derrick Sun, durante palestra na Futurecom - evento que reúne empresários do setor de telecomunicações.
De acordo com a Huawei, cerca de 1,57 bilhão de usuários e 480 milhões de residências estarão conectadas ao 5G até 2025. O mapeamento da fabricante também apontou que mais de 70 países vão disponibilizar o espectro para implementação do 5G até 2021, fato que tem motivado uma corrida entre as fabricantes para ganhar mercado. As principais concorrentes da Huawei são as sueca Ericsson e a finlandesa Nokia.
Em nível global, a chinesa já tem mais de 60 contratos fechados de 5G. No Brasil, ela coopera com as operadoras no sentido de preparar suas redes para que, quando o leilão do 5G acontecer, seja possível implementar essa tecnologia de forma rápida. Desde o ano passado, já foram realizados testes da nova tecnologia com Vivo, Claro, TIM e Oi. "O Brasil tem um futuro incrível para o 5G", disse Sun, em sua palestra.
O 5G já é uma realidade nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, mas ainda restrito a algumas operadoras e regiões. Em abril, o Uruguai também ganhou a primeira rede 5G comercial na América Latina. Por sua vez, a China pretende ativar sua rede para usuários até o fim deste ano.
A Huawei também está se preparando para a popularização dos disponíveis móveis que rodam o 5G nos próximos anos. A expectativa da companhia é que o custo médio dos dispositivos - como smartphones e tablets, por exemplo - diminua do patamar atual de US$ 500 para cerca de US$ 350 até o fim do ano que vem. O levantamento da fabricante chinesa considerou levou em conta 130 aparelhos em uso, ainda que em fase de pré-lançamento.
Circe Bonatelli, O Estado de S.Paulo