LOS ANGELES
A atriz Geena Davis exortou os cineastas de Hollywood a adotarem novas medidas para combater a desigualdade de gênero na mídia ao aceitar um Oscar honorário no domingo (27) por seu trabalho para levar mais mulheres às telas.
Embora a disparidade de oportunidades para mulheres permeie toda a sociedade norte-americana, é ainda pior no cinema e na televisão, disse Geena, estrela de “Thelma and Louise” que fundou um grupo de pesquisas sem fins lucrativos chamado Instituto Geena Davis sobre o Gênero na Mídia em 2004.
“Por mais abissais que os números sejam na vida real, é muito pior na ficção – que vocês inventam!”, disse a atriz, ao aceitar o Prêmio Humanitário Jean Hersholt. “Nós o tornamos pior.”
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A atriz falou a uma plateia de centenas de figurões de Hollywood durante o Governors Awards, um evento de gala anual realizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a entidade que concede os Oscar.
Geena, que recebeu um Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1989 por “O Turista Acidental”, disse que a desigualdade de gênero nas telas “pode ser resolvida absolutamente da noite para o dia”.
Ela estimulou qualquer pessoa na plateia a pegar o roteiro em que está trabalhando no momento e “riscar um monte de primeiros nomes de personagens de elenco e de personagens coadjuvantes e torná-los femininos”.
“Com um movimento, vocês criaram personagens não estereotipados que podem acabar sendo ainda mais interessantes agora que mudaram de gênero”, disse.
“Vamos fazer esta mudança acontecer”, acrescentou.
Outros dos homenageados foram Wes Studi, reconhecido por seu comprometimento com retratos autênticos de nativos norte-americanos em filmes como “Dança com Lobos” e “O Último dos Moicanos”, e o cineasta David Lynch, de “Veludo Azul”.
A roteirista e diretora italiana Lina Wertmuller também recebeu um prêmio da academia pelo conjunto de sua obra. Ela foi a primeira de somente cinco mulheres a ser indicada como melhor diretora, o que ocorreu em 1977 com o filme “Pasqualino Sete Belezas”.
Como Geena, Lina repreendeu Hollywood por tender a favorecer os homens, segundo a atriz Isabella Rossellini, que traduziu o discurso de agradecimento para o inglês.
“Ela gostaria de mudar o nome Oscar para Anna”, contou Isabella
Folha de São Paulo