sexta-feira, 5 de abril de 2019

Por US$ 8,6 bilhões, Engie vence disputa por gasoduto da Petrobrás

Engie venceu a disputa para comprar 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG), da Petrobrás. A multinacional francesa, assessorada pelo Citi, deverá pagar US$ 8,6 bi (R$ 33 bilhões pela cotação de hoje) pelo ativo, que atende a região Norte e Nordeste. Trata-se da maior operação da Petrobrás dentro do programa de desinvestimento.
Pelas regras definidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a venda de ativos da Petroleira – que foi assessorada pelo banco Santander – tem de obedecer duas etapas. Na primeira, a estatal escolheu a melhor proposta, que foi da Engie, com quem negociou o contrato. Após essa fase, a Petrobrás abriu o processo para os demais concorrentes que fizeram propostas menores.
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A TAG detém uma rede de gasodutos de cerca de 4,5 mil quilômetros de extensão. Foto: André Valentim/Agência Petrobras
Três grupos apresentaram novas propostas na terça-feira. Além da francesa Engie, que venceu a primeira etapa e teve exclusividade para negociar os termos do contrato com a Petrobrás, o fundo Mubadala e um consórcio capitaneado pela Itaúsa voltaram para a disputa. 
A Engie se associou ao fundo canadense Caisse de Depot e Placement du Quebec (CDPQ) e a Itaúsa com outro canadense: o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB). Na primeira fase, o grupo da família Setúbal estava com o banco australiano Macquarie. O Mubadala entrou sozinho.
venda da TAG é considerada estratégica para a estatal, que está em processo de desinvestimento. O gasoduto detém uma rede de cerca de 4,5 mil quilômetros de extensão, nas regiões Norte e Nordeste. "Após os ajustes e atualizações financeiras, a referida transação, quando concluída, representará para a Petrobras um valor total estimado deUS$ 8,6 bilhões, considerando uma taxa de câmbio de 3,85 R$/US$. Esse valor inclui o pagamento, pelo comprador, das dívidas da TAG perante o BNDES (US$ 800 milhões), na data de conclusão da operação", afirmou a Petrobrás, em nota.

Em junho do ano passado, depois de a Petrobrás escolher a Engie para ter exclusividade nas negociações, uma liminar suspendeu o processo. As conversas foram retomadas em janeiro, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou a decisão.

Renée Pereira, O Estado de S.Paulo