— Classe média tem de pagar mais ou vai buscar no Santander, Bradesco ou Itaú. Na Caixa Econômica Federal, vai pagar um juro maior que o do Minha Casa Minha Vida, certamente, porque vai ser um juro de mercado. A Caixa vai respeitar acima de tudo mercado: lei da oferta e da demanda.
Pedro Guimarães ressaltou que a Caixa terá de buscar outros recursos para continuar a emprestar para a classe média. Para isso, deve vender parte da carteira dos financiamentos imobiliários que estão ativos. Deve também oferecer para outros agentes financeiros os empréstimos de gente que está inadimplentes para que outras instituições façam a cobrança. Ainda venderá os imóveis que foram tomados dos mutuários que não conseguiram pagar a dívida.
Ao todo, a Caixa tem tem 60 mil unidades habitacionais assim. Ele afirmou que o banco fará vendas volumosas e pode ofertar até 3 mil imóveis de uma única vez. Com o dinheiro levantado no mercado, vai oferecer empréstimo para as classes mais altas.
— O foco da Caixa número um é atender pessoas carentes e as pequenas empresas — falou o executivo, que deixou claro que a mudança de estratégia do banco.
— A Caixa não vai focar em emprestar para empresas grandes, que podem captar no mercado.
Oferta de ações
Já para pagar a dívida de R$ 40 bilhões do banco com a União (por sucessivas capitalizações feitas no passado), a estratégia será vender operações da Caixa. A instituição abrirá o capital de quatro novas empresas da instituição, ou seja, fará uma oferta inicial de ações (IPO, sigla em inglês) para as companhias de cartões, seguros, gestão de ativos (asset manegement) e loterias.
Segundo ele, o banco fará de dois a três IPO's ainda neste ano. O processo mais avançado é o da Caixa Seguridade. Por isso, ele prometeu a operação para o primeiro semestre. Já o IPO da Asset da Caixa deve demorar mais porque a empresa ainda não foi criada e precisa de uma autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ser constituída.
\Gabriela Valente, Marcello Corrêa, Eduardo Bresciani, Jussara Soares e Karla Gamba, O Globo