“Ainda está fecundo e procriando o ventre de onde isso veio engatinhando”. (Bertolt Brecht)
Onde está o ninho do ofídio venenoso? No aparelho do Estado, n’algum dos poderes da República, na mídia, ou, quem sabe, como vírus propagado na urna eletrônica? É difícil encontra-lo, e esta dificuldade mantém as suas ameaças.
É preciso encontrar os ovos da serpente, como fez metaforicamente o cineasta sueco Ingmar Bergman, no filme que teve como cenário a Alemanha antes dos nazistas tomarem o poder e Hitler concentrar todos os poderes políticos.
Clássico da cinematografia, “O Ovo da Serpente”, despertou as consciências e impôs sua expressão mundialmente, principalmente nos círculos intelectuais autênticos. É a colocação perfeita para alertar que o mal é gerado sem que a sociedade se dê conta disto.
Como sou chegado a metáforas, achei extraordinária a cena final da película, em que o cientista Dr. Hans Vergerus descreve a sua pesquisa, e anuncia que já se vê, através da casca translúcida, os fetos ovíparos se agitando.
Lá se vão 40 anos do filme de Bergman que chama a atenção dos povos para o perigo que um bando de serpentes pode trazer para uma Nação. No Brasil, por exemplo, o apego das esquerdas ao estatismo, aparentemente natural, desenvolve as consequências para impedir a realização do liberalismo econômico que desejamos para o país.
Escrevi outro dia que “a economia de livre comércio é perfeita; moderniza a produção, valoriza o comércio e a indústria, e influencia naturalmente a política e o dia-a-dia dos povos”. Repito: a implantação da economia liberal defendida pelo centro democrático, é o que o Brasil precisa para o seu desenvolvimento.
Entretanto, contra o advir desenvolvimentista, os nocivos répteis do narcopopulismo põem seus ovos que gerados trazem o DNA das ditaduras cubana e venezuelana para permitir o domínio de uma burocracia partidária.
As serpentes, mesmo moribundas, armam seus ninhos dissimulados e defendidos pelos fanáticos herdeiros do stalinismo, ou pelos semialfabetizados políticos formados na escola “com partido”….
São, infelizmente, ignoradas pela sociedade porque o mal está camuflado pela sofisticação da criminalidade, a radicalização da violência e a banalização da impunidade. E estimulado pela decadência da chamada classe política.
Afortunado, o Brasil viu nascer, de forma espontânea, crescente e majoritária, um movimento que despertou a nacionalidade e enfrentou a subserviência dos poderes republicanos às palavras de ordem falsamente humanistas e às mentiras repetidas por uma minoria organizada e ruidosa.
Esta manifestação, evoluindo, convergiu para a candidatura de Jair Bolsonaro às eleições presidenciais. Enfim, Bolsonaro derrotou a politicagem comprometida pela distribuição do assalto lulopetista ao Erário e às empresas estatais.
Esta vitória da centro-direita oferece uma garantia para a implantação do liberalismo econômico, gerador da Democracia autêntica – se é que se pode adjetivar a divina palavra Democracia –, regime que coloca a liberdade em primeiro lugar, desprezando as ilusórias promessas de igualdade.
Repudiado pela maioria do povo brasileiro, o narcopopulismo está agonizante, mas não morto. A luta continua: é preciso achar os ovos da serpente antes da sua eclosão; eles serão fatais se não forem esmagados, impedindo que os filhotes nasçam.