As reformas estão no roteiro planejado pelo presidente na estreia em um evento global. O desafio é reafirmar ao mundo que o Brasil é uma democracia sólida e uma ótima oportunidade de investimento. Para isso, a comitiva de Bolsonaro foi reforçada. Embarcam esta noite para a Suíça cinco ministros: Augusto Heleno (Segurança Institucional), Sérgio Moro (Justiça), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Paulo Guedes (Economia). Também viajam no avião presidencial o deputado e filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o assessor especial Filipe Martins (responsável pelos discursos), Marcos Troyjo (secretário de Comércio Exterior) e Mario Vilalva (presidente da Apex).
Com a ausência de líderes como Donald Trump, Bolsonaro discursará no primeiro dia, um sinal de prestígio. Em seguida, participará da reunião do Conselho Internacional de Negócios. O plano é vender a ideia de que o país se recupera, tem perspectivas promissoras e busca abertura comercial. A presença de Moro reforçará o compromisso com o combate à corrupção, que atingiu grandes empresas do país, como a Petrobras.
De volta ao radar
É disso que dependerá a qualidade da acolhida, dizem participantes ouvidos pelo GLOBO. Diante da crise da Argentina e da chegada da esquerda ao poder no México, o Brasil pode sobressair como alternativa mais segura na América Latina e voltar ao radar dos investidores.
— Todos sabem e respeitam o fato de o Brasil ser a maior economia da região. Muitos apostaram nele nesses últimos anos, mas não viram as promessas serem cumpridas. O entusiasmo, agora, é certamente maior. Mas ele acaba se a reforma da Previdência não sair. O que se quer é resultado — disse um economista brasileiro que participou das últimas cinco edições do Fórum.
Integrantes do Fórum desconversam sobre o que esperam de Bolsonaro, que, admitem, conhecem pouco. Apressam-se, contudo, a recordar Paulo Guedes, com seu discurso liberalizante de abertura comercial e privatizações.
— Isso é música para o ouvido dos investidores. Resta saber se tudo o que ele está dizendo será chancelado pelo presidente. É o que importa — disse um executivo de um fundo britânico especializado em América Latina.