Como avalia a escolha de Ricardo Salles para o Meio Ambiente? Eu o conheço e gosto dele, mas o Ricardo não tem formação de ambientalista. É um ser político e contou com o apoio da Fiesp. Sou professor de agronegócios da Fundação Getulio Vargas, percorro o país para dar aulas e ver bons resultados na prática. O World Wildlife Fund, uma das entidades ambientais mais sérias do mundo, soltou nota de pesar por eu não ter sido escolhido. De todo modo, meu apoio a Bolsonaro segue intacto.
Salles nega os efeitos do aquecimento global. Essa é uma questão que fica a cargo da ciência. O que o governo precisa fazer é trabalhar em políticas para mitigar consequências das mudanças climáticas, como chuvas torrenciais, entre outras.
Bolsonaro diz que o MST é um grupo terrorista. Concorda? Claro. Não tem cabimento dar terra a invasores. Também concordo que a população possa ter armas. Na questão do campo, a polícia não consegue fazer patrulha em toda a zona rural. O cidadão precisa ter meios de se defender de uma invasão.
O senhor integrou o PSDB desde 1988, mas deixou a legenda em outubro para apoiar Bolsonaro. Por quê? Há várias razões. Vi o partido ficar cada vez mais fossilizado, fazendo parte da podridão da política partidária que se instalou no país. O PSDB não conseguiu atualizar seu programa. Os jovens querem menos Estado, mais eficiência. Não tem sentido falarmos em negociar com sindicatos quando muitas pessoas fazem home office e outras contratam empresas terceirizadas na Tailândia. O PSDB desmilinguiu-se nas ideias e ficou interessado na briga intestina entre Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra.
O senhor ficou espantado quando a Lava-Jato revelou casos de corrupção de Aécio Neves? Logo quando ele perdeu, fui contra o pedido de recontagem de votos. Parecia retaliação de quem não havia gostado de uma brincadeira. Além dele, o partido tem casos de corrupção que envolvem Beto Richa, Marconi Perillo… Do PSDB, só ponho a mão no fogo por Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati.
Mas o senhor trabalhou na campanha presidencial de Aécio em 2014. Eu era do partido e queria que ele ganhasse. Já sabíamos dos problemas da Dilma. Mas ali fui contratado para fazer a estratégia de marketing digital. No meio do caminho, fui tirado pela megera da Andrea Neves (irmã e parceira de Aécio). Ela criou sites piratas para lançar mentiras, como o Franklin Martins fazia pelo PT.