quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Procuradora da Lava Jato diz que decisões indicam que STF não está comprometido com o combate à corrupção

Pelo Twitter, a procuradora Thaméa Danelon, chefe da força tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal de São Paulo, afirmou que decisões de alguns ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) indicam que a corte não está comprometida com o combate à corrupção.
"Decisões monocráticas sem fundamentos jurídicos ou lógicos, por parte de alguns ministros, sinalizam que o STF não está comprometido com o combate à corrupção e à impunidade", afirmou Danelon, pelo Twitter.
Ela diz, ainda, que o Supremo deveria zelar pela estabilidade jurídica e não desestabilizar o sistema com decisões monocráticas. Também afirmou que o ministro Marco Aurélio desrespeitou precedentes do tribunal e o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, que havia pautado o julgamento de prisões em segunda instância para 2019.
Eduardo Anizelli - 17.jan.2018/Folhapress
A procuradora Thaméa Danelon, chefe da força tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal de São Paulo
A procuradora Thaméa Danelon, chefe da força tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal de São Paulo
Em nota, procuradores integrantes da Câmara Criminal do Ministério Público Federal manifestaram que estão "surpreendidos e indignados" com a decisão de Marco Aurélio.
Os procuradores dizem que a liminar contraria decisões do plenário do STF e desrespeita a soberania do júri.
"Essa decisão monocrática, portanto, contribui para a insegurança jurídica e aumento da impunidade. Além do mais, pode significar a soltura de inúmeras pessoas com condenações por crimes gravíssimos como homicídio, latrocínio, estupros, pornografia infantil, participação em milícias, organizações e facções criminosas, corrupção, desvio de recursos públicos e fraudes a licitação, que prejudicam a real implementação de políticas públicas como as de saúde, educação e segurança pública", afirmaram os procuradores.

Gabriela Sá Pessoa, Folha de São Paulo