A Âmbar Energia, companhia elétrica do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, acertou venda de ativos e participações para a Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) no montante total de 942,53 milhões de reais, de acordo com comunicado divulgado na véspera.
A companhia vendeu 100% das ações da São Pedro Transmissora de Energia e da São João Transmissora de Energia, bem como 51% das ações da Triângulo Mineiro Transmissora e da Vale do São Bartolomeu Transmissora de Energia.
A data base para a transação será 31 de dezembro, e o valor estará sujeito a ajustes na data de fechamento.
“A conclusão da operação está condicionada ao cumprimento de determinadas condições precedentes, conforme previstas no respectivo contrato, incluindo a aprovação prévia dos órgãos reguladores competentes”, afirmou a Âmbar, citando a necessidade de aval do Cade e da Aneel.
A venda desses ativos ganhou força no ano passado, quando as delações de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. O grupo Âmbar também possui negócios de geração de energia, que reúne o Projeto Integrado de Energia Cuiabá, com usina termoelétrica e conjunto de gasodutos que transportam o gás natural desde Chiquitos, na Bolívia, até Cuiabá, no Mato Grosso, que ficaram de fora dessas negociações.
Desinvestimentos
Além das linhas de transmissão da Âmbar, a família Batista, controladora da JBS, vendeu outras importantes empresas para fazer caixa. Em julho do ano passado, a família negociou a Alpargatas, dona da Havaianas, para um grupo liderado pela Itaúsa, braço de investimentos do Itaú.
A Minerva ficou com os ativos de carne bovina da JBS na América do Sul. O grupo também se desfez da participação que detinha na Vigor, que foi comprada pela mexicana Lala. Outro acordo fechado pela J&F foi a venda da companhia de celulose Eldorado, negociado para a Paper Excellence.
Segundo fontes, a família não vai abrir mão da JBS, maior processadora de carnes do mundo, fundada por José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro. No mês passado, a gigante de carnes anunciou que o executivo Gilberto Tomazoni, que já era presidente de operações globais, assumiu o comando da companhia.
Zé Mineiro havia voltado à presidência da empresa que fundou nos anos 1950, em setembro do ano passado, após a prisão de Joesley e Wesley por quase seis meses.
Machado da Costa, Veja, com agências