quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Governo Bolsonaro deve estourar meta de 20 ministros

O presidente eleito Jair Bolsonaro não deve cumprir a meta de limitar em 20 o número de ministros . A ideia inicial era de ter apenas 15 pastas , foi flexibilizada ao longo da negociação e deverá ser estourada com a manutenção do status para o Banco Central até que o Congresso aprove o projeto que dê autonomia à instituição.

Até o momento, Bolsonaro já indicou 16 ministros, incluindo o economista Roberto Castello Branco para o BC. Em conversas com assessores e aliados nesta terça-feira, o presidente eleito afirmou que ainda vai escolher ministros ainda para mais cinco pastas: Cidadania, Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente, Turismo e Minas e Energia.
A meta de 15 ministérios, proposta durante a campanha, visava se aproximar da metade dos 29 ministros da gestão de Michel Temer. Ao longo da formação do governo, porém, a equipe passou a falar que o objetivo é ter metade dos 40, número alcançado no governo Dilma Rousseff. Nesta terça-feira, Bolsonaro citou o número de 20 como meta afirmando, de forma incorreta, ser metade do que existe atualmente. Porém, enquanto o projeto que dá autonomia ao Banco Central não tiver seu trâmite concluído, nem esse objetivo será alcançado.
No caso da Cidadania, o presidente eleito pediu nomes para a bancada evangélica e recebeu uma lista com as indicações dos deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP), Marco Feliciano (Podemos-SP) e Ronaldo Nogueira (PTB-RS). O senador Magno Malta (PR-ES) também é cotado, mas pode acabar com outra função, como Desenvolvimento Regional, que unirá as pastas de Cidades e Integração Nacional, pasta que é desejada também por outros partidos.
Para o Turismo, que deve ficar junto com a área de Esportes, o GLOBO revelou que o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) é o favorito. No caso do Meio Ambiente, após o pesquisador da Embrapa Evaristo de Miranda ter declinado por questões pessoais, os nomes de Xico Graziano e Ricardo Soavinski vinham sendo apontados como mais cotados e ganharam a concorrência do advogado Ricardo Salles. O presidente eleito pretende anunciar o nome nesta quarta-feira.
No caso de Minas e Energia, Bolsonaro afirmou que a definição ainda está distante. Paulo Pedrosa, ex-secretário-executivo da pasta, e Luciano de Castro, economista que coordenou a área no programa de governo, estão entre os nomes ventilados.
Além de Castello Branco, já foram indicados Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Gomes de Freitas (Transportes), Sérgio Moro (Justiça), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Ricardo Vélez Rodriguez (Educação), Tereza Cristina (Agricultura), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia-Geral da União), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).


Eduardo Bresciani, O Globo