quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Brasil cria 57.733 vagas formais de emprego em outubro, aponta Caged

mercado de trabalho brasileiro criou 57.733 empregos com carteira assinada em outubro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 21, pelo Ministério do Trabalho.
O presidente Michel Temer se antecipou ao Ministério do Trabalho e anunciou, pouco antes da divulgação oficial, a criação de "mais de 57 mil novas vagas formais" de emprego em outubro. Em sua conta no Twitter, ele comemorou o resultado. "Isso significa que o Brasil está no rumo certo", disse.
No acumulado do ano, o País criou 790.579 vagas formais de trabalho. O resultado de outubro decorre de 1.279.502 admissões e de 1.221.769 demissões. O dado inclui os contratos firmados já sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente e a jornada parcial.
emprego caged
Ministério do Trabalho divulgou resultado do Caged de setembro
nesta quarta-feira, 21. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O saldo de empregos formais ficou positivo pelo décimo mês consecutivo, na série ajustada, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Em setembro foram abertas 137.336 vagas; em agosto, 110.431 postos e em julho, 47.319.
Em comparação a outubro do ano anterior, no entanto, o País apresentou piora. No mesmo mês do ano passado, foram geradas 76.599 vagas formais de emprego.
O resultado mensal de outubro veio abaixo  da mediana esperada pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. Entre as 15 estimativas coletadas, a mediana apontava para a criação de 65.000 vagas, sem ajuste sazonal. Essas projeções variavam da criação de 29.000 postos formais até a criação de 154.000 empregos.
O salário médio de admissão no emprego formal ficou em R$ 1.528,32 em outubro deste ano, alta real (já descontada a inflação) de 0,66% em relação a igual mês do ano passado. Em outubro de 2017, esse valor era de R$ 1.518,33. O salário médio de desligamento no mês passado foi de R$ 1.672,00, contra R$ 1.737,08 em outubro de 2017.

Serviços e comércio têm saldo positivo

Os serviços abriram 34.133 postos com carteira assinada em outubro, e o comércio teve saldo positivo de 28.759 novas vagas no período. Juntos, os dois setores comandaram as contratações no mês passado.
A indústria de transformação gerou 7.048 vagas formais em outubro, enquanto a construção civil ficou com saldo positivo em 560 postos.
Mas o saldo final acabou sendo afetado pelas demissões na agricultura, que teve contração líquida de 13.059 postos. Boa parte das vagas foi cortada no setor de cultivo de soja e no segmento de produção de sementes.
A administração pública também demitiu (-353), e o setor de extração mineral criou 377 novas vagas.

Trabalho intermitente gera 4.844 vagas

As novas modalidades de contratação criadas pela reforma trabalhista contribuíram para a geração de novas vagas formais de emprego no mês de outubro. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o trabalho intermitente ficou com saldo positivo de 4.844, enquanto o regime trabalho parcial abriu 2.218 novos postos com carteira.
O contrato de trabalho intermitente permite às empresas chamar os trabalhadores apenas quando e se necessário, pagando apenas pelas horas cumpridas. Os setores de serviços e comércio continuam puxando essas contratações, seguidos pela construção civil e pela indústria de transformação em menor medida.
A maior parte dos postos gerados foi ocupada por homens (63,9%) e jovens de 18 a 24 anos (31,6%). Em geral, são trabalhadores com ensino médio completo ou incompleto. As funções mais comuns são assistente de vendas e atendente de lojas e mercados.
Ainda, segundo o Caged, um total de 54 empregados celebrou mais de um contrato na condição de intermitente em outubro. No entanto, não há especificação sobre quantos contratos cada um firmou. Essa é uma questão crucial que tem sido questionada na análise das estatísticas do Caged, porque uma pessoa contratada para mais de um emprego formal poderia ajudar a "inflar" o saldo geral do cadastro, que inclui todos os vínculos.
No caso dos postos de trabalho de jornada parcial (inferior à jornada integral de 44 horas semanais), um total de 30 empregados celebrou mais de um contrato nessa modalidade. O saldo geral também foi puxado pelos setores de serviços e comércio.
Na jornada parcial, o perfil dos trabalhadores contratados muda um pouco. Pouco mais da metade (55,5%) do saldo gerado foi devido a mulheres. A prevalência de jovens de 18 a 24 anos e de trabalhadores com ensino médio completo e incompleto, no entanto, permanece.
As principais ocupações segundo o saldo de emprego em regime parcial são faxineiro, operador de caixa e auxiliar de escritório.
A reforma trabalhista também instituiu a possibilidade de desligamento mediante acordo entre empresa e trabalhador. No mês passado, houve 15.981 demissões desse tipo, sendo que 23 empregados solicitaram mais de um desligamento por acordo.

 



Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo