domingo, 9 de setembro de 2018

Patinetes elétricos invadem as ruas dos Estados Unidos

WASHINGTON
Baratos, ecológicos e fáceis de serem encontrados, os patinetes elétricos compartilhados se tornaram uma opção para quem percorre curtas distâncias em Washington.
O novo sistema, porém, tem enfrentado vandalismo, acidentes envolvendo condutores e críticas de pedestres.
A novidade chegou à capital americana no início deste ano e funciona em projeto-piloto criado pelo departamento de trânsito para testar os sistemas dockless (sem estações) de bicicletas e patinetes.
 
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Três startups operam o serviço via aplicativos: Bird, Lime e Skip.
Pessoas usam patinete da Bird em Venice Beach, na Califórnia
Pessoas usam patinete da Bird em Venice Beach, na Califórnia - AFP
A Bird e a Skip cobram US$ 1 (R$ 4,15) para a viagem começar e, depois, 15 centavos por minuto. Um trajeto de 30 minutos, por exemplo, sairia por US$ 5,50 (R$ 22,82).
O negócio tem atraído investidores. Em julho, a Lime foi avaliada em US$ 1,1 bilhão (R$ 4,5 bilhões). Um mês antes, a Bird foi avaliada em US$ 2 bilhões (R$ 8,3 bilhões).
O brasileiro Pedro Suplicy, 37, diretor de uma consultoria, trabalha a cerca de 1,5 quilômetro de casa e usa o patinete quase todos os dias.
“Para quem trabalha de terno é bom porque dá para se locomover em pé, sem amassar a roupa”, diz ele, que antes usava aplicativos de compartilhamento de veículos e bicicleta. “E ainda é divertido, me remete aos tempos em que andava de skate.”
Problemas, contudo, começam a diminuir a euforia.
Um perfil no Instagram chamado Bird Graveyard (cemitério Bird) reúne flagras de patinetes destruídos.
A obstrução de calçadas é outra questão, diz Frank Douma, pesquisador do centro de estudos em transportes da Universidade de Minnesota.
“Como as viagens podem começar e terminar em qualquer lugar, os patinetes podem ser deixados nas portas de casas, em travessias de ruas”, diz.
Susan Shaheen, pesquisadora da Universidade da Califórnia, em Berkeley, espera a popularização do sistema nos próximos cinco anos. “É uma opção eficiente para áreas urbanas e densas”, diz.
Em São Paulo, a Scoo já realiza testes com os patinetes nas avenidas Paulista, Faria Lima e no Ibirapuera. A Yellow anuncia em seu site a chegada de um sistema semelhante.

Júlia Zaremba, Folha de São Paulo