Fernando Haddad visitará Lula na prisão novamente nesta segunda-feira. Espera sair da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba com o aval do preso petista à sua candidatura presidencial. Haddad cuida dos minutos, porque as horas passam. Termina nesta terça-feira o prazo concedido pela Justiça Eleitoral para a substituição de Lula na cabeça da chapa presidencial do PT.
A ordem judicial transformou os ponteiros do relógio do PT em espadas. Mas ainda há no partido dirigentes que acreditam em milagre. Avessos a Haddad, avaliam que nenhum anúncio deve ser feito antes de uma resposta aos recursos judiciais contra o veto imposto pelo TSE à candidatura de Lula.
Os próprios advogados são pessimistas quanto às chances de o Judiciário autorizar Lula a fazer campanha. Mas o pedaço do PT que ainda leva fé na candidatura do preso age como se enxergasse as digitais de São Judas Tadeu, o padroeiro dos desesperados, numa decisão tomada pela ministra Rosa Weber em pleno final de semana.
Presidente do TSE, Rosa enviou para o STF o recurso da defesa de Lula contra a decisão da Corte Eleitoral que enquadrou o pajé do PT na Lei da Ficha Limpa, vetando suas pretensões eleitorais. O diabo é que são Judas não fez o serviço completo, pois Rosa negou o pedido do PT para estender do dia 11 para 17 de setembro o prazo para a substituição de Lula. No Supremo, o recurso vai à mesa do ministro Celso de Mello, o agnóstico decano da Corte.
A exemplo de Haddad e seu grupo, também a cúpula do PCdoB está impaciente com a demora de Lula. O partido não vê a hora de formalizar a presença de sua filiada Manuela D’Ávila na posição de número dois da nova chapa, conforme acordo firmado em 5 de agosto. No dia seguinte, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse ter ouvido de Lula que Haddad estava em ''estágio probatório''. Daí o anseio do presidenciável-estepe de sair da cadeia nesta segunda munido de um habeas-candidatura.
Com Blog do Josias, UOL