quinta-feira, 7 de junho de 2018

Pode faltar diesel em 30 dias se preço não for bom para importador, diz executivo


Posto de gasolina com filas
Controle de preços faz parte de pacote de concessões do governo a demandas dos caminhoneiros - Rivaldo Gomes - 28.mai.18/Folhapress
Há risco de faltar diesel entre 30 e 60 dias se o mecanismo de subsídio ao importado não ficar claro, ou caso a compra no exterior não seja vantajosa dado o controle de preços no país. 
O alerta é de um alto executivo de uma importante empresa do setor, que se manifestou sob a condição de anonimato. Eduardo Guardia, ministro da Fazenda, já havia afirmado que também haverá subvenção ao importador.
Quem importava eram as distribuidoras. Por que farão isso agora caso possa comprar a um preço menor aqui do que fora, pergunta-se o empresário ouvido pela coluna. 
O intervalo entre o momento em que se faz a ordem de compra internacional e a chegada do produto é de cerca de um mês.
Outra mudança prevista é a criação de um preço de referência do diesel no Brasil—cada vez que estiver abaixo desse patamar, haverá uma taxação extra sobre o importado.
Há, de fato, chance de faltar combustível, diz Adriano Pires, do Cbie (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
“Existe o risco, isso vai depender do preço de referência e do mecanismo dele, se será um para cada região ou para o país inteiro.”
A decisão sobre o preço de referência deverá se tornar pública nesta quinta-feira (7). 
O volume de diesel importado em 2017 foi o equivalente a 23% do consumo, segundo a ANP. O tema foi tratado em uma reunião no Ministério de Minas e Energia na sexta-feira passada (1º).

Ver o que é... Setores do empresariado agrícola foram os mais explícitos no apoio aos caminhoneiros, por enxergarem ganhos em potencial com a redução do preço do diesel ao consumidor final.

...bom pra tosse Com o tabelamento do frete, porém, sentindo-se prejudicados pela alta dos custos, tornaram-se os críticos mais azedos às medidas, dizem executivos de outras indústrias.

Um em cada quatro usou rotativo do cartão, diz SPC
Mais de 25% dos consumidores brasileiros utilizou o rotativo do cartão no mês de abril, segundo o SPC Brasil e a CNDL (confederação de lojistas).
A modalidade registrou 334,5% de juros ao ano em maio, uma das maiores taxas do mercado.
Cerca de 60% das operações realizadas com esse meio de pagamento foram compras em supermercados, seguidas de gastos com remédios (43%) e combustíveis (36%).
É preocupante o uso de cartões para despesas do dia a dia, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do birô. 
“O controle de gastos é mais difícil quando se faz várias compras pequenas com frequência. O pagamento, nesse caso, deveria ser à vista.” 
As novas regras para o rotativo, que entraram em vigor em 1º de junho, não devem afetar o recurso a esse tipo de empréstimo, afirma.
“Não há nada nas normas que faça o consumidor controlar sua fatura, por isso não deve haver redução expressiva do número de usuários”.

Por menos livre escolha
Permitir que consumidores tenham sempre o direito de escolher em qual oficina preferem consertar seu carro após é um dos maiores obstáculos à expansão dos seguros simplificados, afirma Murilo Riedel, presidente da HDI.
Entram nessa categoria produtos que oferecem apenas cobertura contra roubo ou que permitem o uso de autopeças não fabricadas por montadoras.
“Somos obrigados por lei [a oferecer livre escolha]. Isso se torna um empecilho para oferecermos soluções mais baratas ”, afirma o executivo.
“Algumas oficinas dizem que não trabalham com peças que não sejam das montadoras, por exemplo. No final, coloca-se uma peça original mais cara e a lógica do produto simplificado é quebrada.”

Consolidação química
O mercado de aquisições no setor químico deverá continuar aquecido em 2018, mas o ciclo de megatransações dos últimos anos se encerrou, segundo a consultoria A.T. Kearney.
Cerca de 61% dos executivos e investidores ouvidos pela empresa globalmente  afirmam que o número de compras deverá ser maior que em 2017, diz François Santos, sócio da companhia no Brasil.
“Sobraram poucos alvos com valor acima de US$ 10 bilhões. Um deles está justamente no Brasil [a Braskem, avaliada em US$ 11,4 bilhões]”, afirma.
“As grandes fusões recentes forçaram alguns desinvestimentos, que ainda vão gerar negócios.”
A tendência é de estabilidade no número de transações deste ano em relação a 2017, com cerca de 600 aquisições, segundo Alessandro Ribeiro, sócio da consultoria PwC.
“Há muito espaço no mercado brasileiro [para consolidação], sobretudo em plásticos e fertilizantes.”

Acelera A Ambev lançará um programa para startups, empreendedores e pesquisadores. Um projeto será escolhido como piloto.
Moeda... A Mosaico Digital Assets, de ativos digitais (criptomoedas, entre outros) vai investir R$ 20 milhões nos próximos doze meses. 
...digital O aporte irá para projetos como um centro de treinamento e pesquisa de tecnologia blockchain e uma corretora de criptomoedas.

Maria Cristina Frias, Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott, Folha de São Paulo