
Com O Globo e AFP
WASHINGTON - O FBI está conduzindo uma investigação sobre a Fundação Clinton para tentar determinar se doações feitas para a fundação estão ligadas a ações realizadas pelo governo dos EUA. A investigação está em andamento há alguns meses e era mantida em sigilo, separada do inquérito que o FBI conduziu sobre o uso irregular de um servidor de e-mail privado pela democrata Hillary Clinton quando era secretária de Estado.
O presidente Donald Trump repetidamente instou o Departamento de Justiça a investigar os Clintons, às vezes criticando publicamente o ministério e o procurador-geral Jeff Sessions. Uma investigação prévia sobre o tema havia descartado ações criminosas.
Perguntada sobre a existência da sondagem da Fundação Clinton, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, chamou-a de "boa notícia".
— Certamente, eu acho que tem havido muitas coisas que nos causam preocupação. Penso que é uma ótima coisa a ser analisada — afirmou no programa "Fox and Friends".
— E teremos que esperar e ver o que acontece. Mas certamente houve muita informação por aí, acho que todos nos preocupam e penso que é importante que eles finalmente olhem para isso e veremos o que virá disso.
Segundo o "New York Times", agentes investigaram pessoas ligados a fundação para determinar se doações feitas pelos Clinton foram feitas em troca de favores políticos quando Hillary foi secretária de Estado do primeiro mandato de Barack Obama, de 2009 a 2013, chefiando a diplomacia de seu governo.
O Departamento de Justiça não confirmou a investigação, mas informou em novembro ao líder do comitê judicial da Câmara de Representantes, Robert Goodlatte, que o procurador-geral, Jeff Sessions, avaliava a necessidade de indagar oficialmente sobre um polêmico acordo envolvendo urânio e um importante doador da fundação.
O caso envolve a venda, em 2013, da mineradora canadense Uranium One à estatal russa Rosatom, aprovada por Obama. O negócio permitiu à Rosatom controlar 20% das reservas de urânio dos Estados Unidos e foi fechado após a empresa norte-americana fazer doações à Fundação Clinton.
'FARSA'
O diretor de comunicação da Fundação Clinton, Craig Minassian, questionou a investigação.
"Uma vez após a outra, a Fundação Clinton foi submetida a alegações politicamente motivadas, e essas alegações foram comprovadamente falsas. Nada disso nos fez vacilar na nossa missão de ajudar as pessoas", disse, em nota.
Nick Merrill, porta-voz de Hillary Clinton, disse ao site The Hill que a investigação é "uma farsa" e garantiu que Sessions "está fazendo o que Trump lhe manda" neste caso.
Entre os vários aspectos que menciona para sua derrota para Trump em 2016, como a custosa disputa com o colega Bernie Sanders durante as primárias democratas e a aparente influência da Rússia sobre a decisão nas urnas, Hillary apontou o escândalo envolvendo seus e-mails pessoais em servidores do governo como o fator decisivo na derrocada. O FBI encerrou em 2016 a investigação sobre uma possível quebra criminosa de protocolos.
