terça-feira, 28 de novembro de 2017

Só 76 servidores entraram em PDV do governo federal que previa 5 mil


Esplanada dos Ministérios. À frente, o Ministério do Desenvolvimento Agrário - Jorge William / Agência O Globo

Bárbara Nascimento - O Globo



A expectativa do governo ao lançar o Programa de Demissão Voluntária (PDV) para servidores federais, em setembro, era atrair 5 mil desligamentos. O período de adesão vai até dezembro, mas apenas 76 pedidos foram feitos, segundo informações divulgadas nesta terça-feira pelo Ministério do Planejamento.

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À época do lançamento, o ministro Diogo de Oliveira disse que o governo tinha consciência de que esse número poderia ser mais baixo do que os 5 mil mas, se conseguisse atingir essa marca, seria possível economizar R$ 1 bilhão. Além das demissões voluntárias, o programa teve 153 adeptos à redução da jornada e 11 licenças não remuneradas. Ou seja, no total, 240 pessoas optaram por alguma modalidade do PDV.

— O número de adesões está em linha com as expectativas do governo, com destaque para a adesão à redução de jornada, que é o primeiro passo do referido caminho. Sabe-se também que, ao longo da tramitação da Medida Provisória pelo Congresso, as condições originalmente propostas podem ser melhoradas. Essa expectativa leva o servidor a esperar a conversão da MP em Lei antes de pedir um desligamento definitivo _ explicou o ministro.

Em janeiro, o governo vai enviar uma nova medida provisória (MP) prevendo um PDV para servidores públicos. O texto manterá os benefícios previstos na proposta que está atualmente no Congresso Nacional e que perde validade hoje, mas a ideia é incluir que o programa possa ser reaberto em outros anos, a critério do Planejamento.

A princípio, a ideia do governo era enviar um projeto de lei, diante da impossibilidade de encaminhar duas MPs sobre o mesmo assunto em um mesmo ano legislativo. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, no entanto, convenceu o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que o assunto deveria ser tratado por medida provisória. Para isso, é necessário esperar até o ano que vem. Maia tem se posicionado com resistência à edição de MPs pelo governo. Para ele, o Palácio do Planalto tem abusado desse instrumento, que só deveria ser utilizado em caso de urgência.

A MP 792 criou incentivo de 1,25 salário por ano trabalhado para o servidor que quisesse deixar o serviço público. Segundo o Planejamento, “essas condições serão mantidas, assim como será responsabilidade do ministério estabelecer, anualmente, os períodos de abertura do PDV, assim como os critérios de adesão ao programa. Em cada exercício serão definidos os órgãos e cidades de lotação dos servidores, idade, cargos e carreiras abrangidos”.

Além disso, ofereceu o pagamento de meia hora diária para quem reduzisse a jornada de 40h semanais para 30h ou 20h. E o pagamento de três remunerações aos servidores a quem optasse pela licença não remunerada por três anos.