sábado, 2 de setembro de 2017

Família Batista, dona da Friboi, vende Eldorado por R$ 15 bilhões

O Estado de São Paulo


A holding J&F, da família Batista, dona da JBS, anunciou hoje que concluiu as negociações para a venda da Eldorado Celulose e Papel com a Paper Excellence, da família Widjaja, que também é dona Asia Pulp and Paper (APP). O valor total do negócio é de R$ 15 bilhões.
A compra será feita em duas etapas. Na primeira, a AP vai comprar de 30% a 35% do negócio. O restante será concluído em 12 meses. Os fundos de pensão Petros (da Petrobrás) e da Previ (do Banco do Brasil), que são cotistas ainda estão definindo se vão vender suas participações.
A aquisição marca a entrada do grupo Paper Excellence no Brasil.
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Eldorado Celulose tem dívidas de R$ 8 bilhões  Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado
Em nota, as empresas “manifestam satisfação com a conclusão das negociações, que atenderam aos interesses das partes”. A J&F destaca a qualidade dos ativos que compõem a Eldorado. A Paper Excellence mantém a estratégia de expandir sua operação e sempre teve o Brasil no radar por ser um país com uma posição diferenciada no cenário global de produção do setor. A Eldorado, que produz cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose de eucalipto por ano, é uma aquisição importante para o Grupo Paper Excellence porque inclui no seu portfolio ativos de produção de celulose de eucalipto.
Desde o dia 17 de maio, quando as delações dos irmãos Batista vieram à tona, a família começou a se desfazer de diversos ativos. O grupo assinou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal, no valor de R$ 10,3 bilhões.
Nos últimos meses, os controladores da JBS se desfizeram de vários negócios, como a Vigor (vendida ao grupo mexicano Lala por R$ 5,7 bilhões), Alpargatas (para o Itaúsa e Cambuhy, sócio do Itaú Unibanco) por R$ 3,7 bilhões), além das operações de carne da América do Sul para o frigorífico nacional Minerva, por US$ 300 milhões.

A Eldorado, que tem um complexo industrial em Três Lagoas (MS), foi cobiçada por importantes companhias do setor. Em junho, a família Batista chegou a fechar um acordo de exclusividade com o grupo chileno Arauco, que teria se comprometido a pagar cerca de R$ 14 bilhões pelo negócio. Além deles, os grupos nacionais Fibria e Suzano demonstraram interesse pelo ativo.