Elo do senador com o esquema que desviou milhões de reais do Postalis é o lobista Milton Lyra, afirma a PGR

O ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito para investigar a participação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) em corrupção envolvendo o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios. Nesta quarta-feira (23), Barroso despachou o inquérito para a Polícia Federal, que terá 60 dias para apurar as suspeitas.
Afirmou Barroso na decisão: "um primeiro exame dos autos revela elementos de participação direta do parlamentar nos fatos narrados. Não se está diante de notícia sem qualquer apoio indiciário ou de notícia fundada somente em denúncia anônima, devendo-se dar prevalência, diante disso, ao interesse da sociedade em ver esclarecidos os fatos".
A ligação de Renan ao esquema de corrupção que desviou milhões de reais do Postalis, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é o lobista Milton Lyra, figura próxima de senadores do PMDB. "Os fatos narrados se referem a operações financeiras milionárias realizadas pelo fundo Postalis com a compra de papeis de empresas de fachada que seriam geridas por Milton Lyra e Arthur Machado, o primeiro, como consta, ligado ao senador Renan Calheiros", descreveu Janot. Numa dessas operações, segundo ele, foram captados R$ 570 milhões.