As distribuidoras de energia vão fechar 2016 com 8,6% de sobrecontratação —ou seja, terão esse volume além do que os clientes vão usar, aponta a Abradee (associação do segmento).
Isso significa cerca de 3.700 MW a mais no sistema, aproximadamente o que produz a usina de Jirau.
No ano passado, a porcentagem foi um pouco abaixo de 5%, e, em 2013 e 2014, os valores foram menores que 2,5% —por isso houve necessidade de contratar térmicas.
A sobra aumentou por dois fatores, diz Nelson Leite, presidente da entidade: a recessão e a migração de aproximadamente 4.200 clientes para o mercado livre, em que grandes consumidores podem escolher o fornecedor.
O valor poderia ter sido de 9,5%, não fosse uma resolução da Aneel (agência do setor) que permitiu às geradoras não finalizadas a tempo negociar com as distribuidoras sobrecontratadas para "vender" sobras.
As empresas ficam com mais energia que o necessário porque a compra é feita com antecedência, e quando foi feito o planejamento, esperava-se que o mercado fosse crescer a 5% ao ano.
Em 2017 e 2018, o excesso deverá aumentar, principalmente por causa do mercado livre, diz Leite.
"Quem saiu do cativo no meio de 2016 deixou um buraco de alguns meses na previsão das distribuidoras, mas em 2017 e 2018, farão falta durante os anos inteiros. Por isso, a perspectiva é de piora", acrescenta o executivo.
O que estou lendo
Arminio Fraga
sócio-fundador da Gávea Investimentos
Liberalismo, populismo, cocaína e como pensamos são alguns dos temas das leituras de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central. De Norberto Bobbio, ele lê "Liberalismo e Democracia"; de Jan-Werner Muller, "What is populism?".
Mas é o livro de Roberto Saviano sobre o pó branco que está "no topo da pilha", diz Arminio. O jornalista italiano fez uma radiografia da "grande corporação" da droga.
Para baixo do monte, foi "Sapiens: a brief history of mankind" ("Uma Breve História da Humanidade", na tradução da L&PM), de Yuval Noah Harari, que o economista leu pela metade e agora "está hibernando. Lewis está vivo!"
Trata-se de "Undoing Project", do também jornalista Michael Lewis sobre os psicólogos Amos Tversky e Daniel Kahneman.
| Zo Guimaraes/Folhapress | ||
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| Arminio Fraga, sócio-fundador da Gávea Investimentos |
Inglês a menos
A rede de escolas de idiomas CNA encerrará este ano com menos unidades do que no ano passado.
O resultado é a combinação de menos escolas abertas e queda nas matrículas de alunos, afirma o presidente da companhia, Décio Pecin Júnior.
"Para abrirmos operações em outubro, melhor mês para inaugurações, os processos precisam ser concluídos até abril, que neste ano coincidiu com o auge da crise política."
A empresa prevê um aumento de 10% na receita em 2017, na comparação com 2016. Neste ano, o faturamento previsto é de R$ 730 milhões.
"Abriremos de 40 a 50 escolas", diz Pecin. "A demanda aumentou. Foram 10.000 matrículas a mais de outubro a novembro, em relação a 2015, um aumento de 55%."
Embora também tenha sentido um arrefecimento no mercado, a Wizard by Pearson abriu 67 unidades neste ano.
"Vendemos 116 escolas, 36% a mais que em 2015", diz Luciano Kliemaschewsk, presidente do grupo no Brasil.
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são as escolas da CNA
são as escolas da CNA
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são as unidades da Wizard by Pearson
são as unidades da Wizard by Pearson
| Bruno Santos/ Folhapress | ||
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| Décio Pecin Júnior, presidente da rede de escolas de idiomas CNA |
Pão quente ficou frio
O grau de mortalidade entre as padarias da Grande São Paulo é de 4% neste ano, aponta o Sindipan, sindicato dos empresários do setor.
O número é alto para os padrões do segmento, acostumado com empreendimentos que sobrevivem por muitas décadas, diz o presidente da entidade, Antero José Pereira.
"Antes, algumas padarias fechavam e outras abriam no mesmo bairro. Com a crise, isso não aconteceu. Cheguei de Portugal em 1968 e nunca vi nada parecido."
Uma das causas do problema, segundo o consultor Sergio Molinari, da Food Consulting, é que, acostumadas com um bom mercado, as padarias não investiram em uma gestão mais capacitada.
"Há exceções, mas via de regra, eles nem mesmo sabem quanto precisam faturar para operar no azul."
Vestuário A marca de roupas Reserva planeja investir R$ 11,5 milhões no ano que vem na inauguração e reforma de lojas. Um dos focos será a Reserva Mini, voltada para o público infantil, que deverá ter cinco novas unidades.
Indústria Todos os modais tiveram aumento na demanda entre 2005 e 2015, segundo a CNI. O volume de comércio em portos cresceu 5%, enquanto o tráfego aéreo e em rodovias com pedágio subiu 9% e 10%, respectivamente.
Hora do Café
| Velati/Folhapress | ||
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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


