
Os preços de alimentos caíram 0,20% em novembro, aprofundando a deflação que já tinha sido registrada em outubro (0,05%). Foi o grupo que mais pressionou o índice para baixo no mês, com impacto de -0,05 ponto percentual. O grupo de artigos de residência também registrou deflação, de 0,16%, repetindo o movimento do mês anterior (-0,13%).
O leite longa vida caiu 7,03% e foi a maior contribuição para baixo, com impacto de 0,08 ponto percentual. Por outro lado, o preço do etanol subiu 4,71% e foi a maior pressão de alta para a inflação, com impacto de 0,04 ponto percentual.
— A taxa praticamente despencou para 0,18% em novembro e ficou em 6,99% em doze meses, após ter iniciado o ano em quase 11%. (...) Tem um efeito da recessão, as pessoas de fato não estão comprando. A gente vê em vestuário, alimentação, passagens aéreas. Dessa vez em vários itens podemos ver um efeito demanda que fez com que a taxa ficasse contida — afirmou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes.
A INFLAÇÃO MÊS A MÊS
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mensal, em %
Fonte: IBGE | Última atualização: 09/12/2016 às 09:46:06
Os preços de alimentos consumidos em casa manteve a deflação, com queda de 0,47% em novembro, após 0,45% em outubro. O maior recuo de preços ocorreu no feijão, de 17,52%. Ainda assim, no entanto, o grão acumula alta de 69,77% no ano e de 81,69% no resultado acumulado em 12 meses. Também registraram deflação itens como tomate (15,15%), batata-inglesa (8,28%), açaí (-3,32%) e feijão fradinho (-3,24%).
Já a alimentação fora de casa desacelerou a alta de preços de 0,75% em outubro para 0,33% em novembro, sob influência de refeição fora de casa, que foi de 0,77% para 0,19%.
PLANO DE SAÚDE E MULTAS PRESSIONAM
O grupo saúde e cuidados pessoais subiu 0,57%, com impacto de 0,07 ponto percentual. Ou seja, respondeu por quase metade da alta de 0,18% da inflação de novembro. A maior alta foi de plano de saúde, que apenas em novembro subiu 1,07%.
O grupo saúde e cuidados pessoais subiu 0,57%, com impacto de 0,07 ponto percentual. Ou seja, respondeu por quase metade da alta de 0,18% da inflação de novembro. A maior alta foi de plano de saúde, que apenas em novembro subiu 1,07%.
O grupo de transportes subiu 0,28% em novembro, o que representa desaceleração frente à alta de 0,75% de outubro. A gasolina registrou deflação de 0,43%, mesmo com a alta de 4,71% do etanol — que responde por 27% de sua composição. O movimento reflete, segundo o IBGE, a redução de 3,2% dos preços de gasolina nas refinarias fixada pela Petrobras em 15 de outubro, além da redução de 3,1% que passou a valor em 8 de novembro.
Os preços de multas, no entanto, dispararam 47,82% em novembro. A alta é resultado dos aumentos das penalidades por infrações de trânsito, determinados pela alteração do Código de Trânsito Brasileiro em 1º de novembro, segundo o IBGE.
A INFLAÇÃO ACUMULADA NO ANO
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano, em %
Fonte: IBGE | Última atualização: 09/12/2016 às 09:46:06
Eulina, do IBGE, lembrou que o comportamento da inflação ao longo do ano foi muito determinado pela evolução dos preços de alimentos. Do fim do ano passado ao início de 2016, efeitos climáticas provocaram pressão nesses itens.
— A principal característica desse ano foi a alta dos alimentos, que veio de 2015, em função de problemas climáticos seríssimos, com chuva, seca... E os alimentos são responsáveis por um quarto do IPCA. Os meses finais do ano passado e iniciais do ano foram carregados dos preços de alimentos. E também em preços administrados importantes, como energia elétrica e água e esgoto. Nos meses finais, a alimentação foi se acomodando — disse.
A expectativa de analistas era de que a inflação ficasse em 0,27% em novembro, segundo a Bloomberg. As projeções variavam entre 0,20% e 0,36%. Já a estimativa para o resultado acumulado em doze meses era de 7,09%, com taxas entre 7,01% e 7,35%.
No mês de outubro, a variação mais elevada em outubro ficou com transporte (0,75%), puxada especialmente por etanol e gasolina, enquanto alimentação e bebidas (-0,05%) e artigos de residência (-0,13%) apresentaram recuo nos preços. Também subiram os preços da habitação (0,42%), vestuário (0,45%), saúde e cuidados pessoais (0,43%), despesas pessoais (0,01%), educação (0,02%) e comunicação (0,07%).