sábado, 11 de junho de 2016

Clidenberg Ribeiro: "O desafio para se estabelecer o equilíbrio entre os extremos de uma economia fechada e de uma 'economia entreguista'"


Não se renuncia aos benefícios da eletricidade, inclusive nas residências, em decorrência dos riscos inerentes, pelo uso indevido. Mas, ao contrário, se adotam 'medidas cautelares', através da atenção, da educação e de cuidados, que busquem, preventivamente, neutralizar seus efeitos maléficos e nocivos. E, sabe o por quê? Porque o erro, não passa incólume! O choque elétrico, 'pune', mata.

O mesmo enfoque deveria ser adotado pelo uso indevido de armas de fogo. Ou seja, punir-se os 'malfeitores', ao invés de se restringir o 'porte' à ordeira população. Adotando-se as devidas e pertinentes 'medidas cautelares', educativas e punitivas, que inibam e desestimulem o uso e manipulação indevidas e impróprias.

Algo similar se daria na gestão e controle de Estatais, se gerida por Executivos Profissionais e Probos.

Através do 'Povo Brasileiro', as Forças Armadas, de modo basilar, têm logrado êxito no cumprimento das respectivas Funções para que foram constitucionalmente criadas. Algo que não ocorre entre alguns dos países vizinhos.

Às Estatais não se deveria impor a 'Pena de Morte' pela 'Traição ao Interesse Público', levada à cabo pelos 'malfeitores', através da corrupção. Seria algo similar a associar-se as Estatais ao 'sofá da sala'.

Ao se sentenciar que a "Corrupção é Endêmica', enseja-se a oportunidade pelo correto 'diagnóstico' de se dar início ao recomendável e justo 'tratamento'.

A avaliação da atuação e desempenho de Empresas Estatais, associada a um Processo de Privatização, é complexa, delicada, e deveria ser prudentemente concebida, sem precipitações e sem ser à revelia pelo estrito respeito ao Estágio Atual de Desenvolvimento e de Cenários, da Nação a médio e longo prazos.

Caso se retroagisse no tempo, por exemplo, às décadas de 60 e 70, talvez se fizesse uma reflexão mais positiva do desempenho das Estatais, pelo menos, em alguns segmentos, atuando brilhantemente para o desenvolvimento do Brasil.

Poderia, então, inferir que uma análise sobre a atuação das Estatais, no desenvolvimento de um país, num estágio sócio-econômico como o do Brasil, deveria ser apreciada num contexto de um espectro temporal mais amplo, ao invés de num lamentável período da Situação Política, Social e Econômica, Nacional.

Há de se considerar, também, dentro deste contexto, as necessárias salvaguardas, que assegurem os interesses Políticos e Estratégicos do Brasil, que não necessariamente seriam conciliados, através de empreendedores privados, mesmo que, nativos, desprovidos de formação e pensamento, comprometidos com os mais Altos Propósitos da Nação.

Considere-se que parte significativa do empresariado nacional atua conforme padrões de um 'Capitalismo Pelego', regido pelas benesses de renúncias fiscais e financiamento a juros excessivamente aquém daqueles praticados pelo Sistema Financeiro Privado, 'bancados' pelo Estado, através de um Banco de Fomento, como o BNDES. Transferindo-se, assim, Renda Pública Nacional para interesses privados, inclusive estrangeiros, à guisa do desenvolvimento nacional, porém em detrimento do interesse coletivo.

Ou seja, corrupção à parte, ainda haveria muito o que se fazer, previamente à implantação de um pleno e amplo processo de privatização da totalidade da economia nacional.

Agregue-se, ainda, a necessidade de volumosos investimentos para alguns empreendimentos, como, por exemplo, hidrelétricas, onde o retorno só se iniciaria à longo prazo. Conflitantes, portanto, com a ganância do imediatismo familiar, peculiar ao investidor e empreendedor privado, principalmente nacionais.

E, que dizer, então, da insuficiência de recursos privados nacionais, que impõe recorrer-se ao investimento estrangeiro?

E, que parte desde investimento, de fora, não seria privado, porém público, lá?

Na verdade, não necessariamente, grandes empreendimentos de natureza estratégica, como aqueles de Inserção e Desenvolvimento Regionais, seriam convergentes com os objetivos do investidor e empreendedor estrangeiros, muitas vezes condicionados e monitorados pelos seus respectivos Estados Nacionais. À exemplo das Políticas para a Ecologia e
Meio-Ambiente. À guisa de ilustração, remeta-se à Usina Belo Monte, expansão da fronteira agrícola na Amazônia, etc.

E a abertura ao Investidor Estrangeiro, daqueles setores sensíveis, como as Indústrias Aero-Espacial, da Tecnologia de Informação, Bélica, incluindo aquela de Armamentos Táticos e Estratégicos, das Comunicações, incluindo a de Satélites, dentre tantos outros, seria viável?

À exemplo dos Países Hegemônicos, contaria o Poder Nacional, com Estruturação, Organização, Desenvolvimento e Capacidade de Emprego, que viessem a respaldar o escancaramento da nossa economia? Apesar de se ter presente, que, mesmo lá fora, não se exerce a plenitude de tal abertura?

Faz-se necessário portanto, sem açodamentos, paixões e ideologias, aquilatar-se o 'Poder Nacional', para se enfrentar o desafio do estabelecimento de 'Ponto ou Faixa de Equilíbrio', entre os extremos de uma 'Economia Fechada' e uma 'Economia Entreguista'. Levando-se em consideração aqueles aspectos de Natureza Geopolítica, de Exploração de Recursos Naturais, Populacionais, Regionais, de Consolidação de um Mercado Doméstico, e, dentre tantos outros, principalmente no Segmento da Ciência e Tecnologia, sempre em ressonância com os anseios de nossa eterna vocação, para se lograr êxito, na Inserção no Clube dos Países Desenvolvidos e Hegemônicos.

Em síntese, não seria recomendável ser 'vencido' pela 'Extrema-Esquerda', estatizando-se, tudo. Nem tampouco, ser 'vendido' ao 'Capital', privativando tudo!