Se pudessem escolher, os governantes prefeririam viver sem eles, mas os sobressaltos políticos são inescapáveis: integram o cotidiano de um presidente desde Tomé de Souza, primeiro governador-geral do Brasil. Com maior ou menor incidência, o fato é que todos tiverem de enfrentar turbulências políticas em alguma altura do governo. Por isso, os nossos mandatários costumam se distinguir em outras searas. Por herdar um País com as contas em frangalhos e ter de administrar uma crise sem precedentes em duas décadas, levando 12 milhões de pessoas ao desemprego, é na economia que o governo do presidente Michel Temer precisará fazer a diferença. Ciente disso, na última semana, o governo começou a colocar em prática suas primeiras medidas destinadas a tirar o Brasil do atoleiro em que a gestão de Dilma Rousseff o deixou.
No mesmo dia em que venceu sua primeira grande batalha no Congresso Nacional, com a aprovação da revisão da meta fiscal de 2016, o governo Michel Temer anunciou um pacote econômico marcado pela austeridade em que estabeleceu um teto para o gasto público, limitado à inflação do ano anterior. Embora prevejam cortes e arrocho, as medidas são importantes para o País, uma vez que pretendem disciplinar as combalidas contas públicas.