quarta-feira, 20 de abril de 2016

PMDB indica Ramundo Lira para comando da comissão especial no Senado


Senador Raimundo Lira (PMDB-PB) - Agência Senado 14/10/2015



CRISTIANE JUNGBLUT E EDUARDO BRESCIANI = O Globo

Relatoria ficaria com PSDB, que já fechou no nome de Anastasia


O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), oficializou nesta tarde os cinco nomes do partido que irão compor a comissão especial que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senador Raimundo Lira (PB), como O GLOBO antecipou, foi indicado pela sigla para ser o presidente da comissão. Além de Lira, são titulares Simone Tebet (MS), José Maranhão (PB), Rose de Freitas (ES) e Waldemir Moka (MS).
Como suplentes, foram indicados Hélio José (DF), Marta Suplicy (SP), Garibaldi Alves (RN), João Alberto (MA) e Dário Berger (SC).

— O PMDB pode ser, ao final do processo, o beneficiário. Então escolhi a presidência —justificou o líder peemedebista pela escolha da presidência da comissão.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que, com a indicação de Lira para o comando, o PSDB ficará com a relatoria, já tendo confirmado o nome de Antonio Anastasia para a função. O PT adiantou não aceitar Anastasia como relator do processo porque ele, como tucano, possui uma inclinação ao voto favorável ao impeachment.
— São dois senadores que são ponderados, têm temperança e terão condições de fazer um julgamento com credibilidade — disse Cunha Lima.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) elogiou a escolha do presidente da comissão e minimizou o fato de Lira já ter declarado antes voto pelo impeachment. Ele afirmou que o colega se mostra disposto a conversar e ouvir argumentos.

— O Raimundo Lira tem a posição ideal. Ele não tem posição fechada, dialoga com ambas as partes - disse o petista.

A concordância, porém, não se estende à possibilidade de Antonio Anastasia (PSDB-MG) ser o relator. Lindbergh afirmou que, caso isso ocorra, o resultado do relatório já será conhecido antes da hora.

— Não concordamos com o senador Anastasia como relator porque o voto é conhecido. Agora viramos juízes e precisamos de imparcialidade — afirmou Lindbergh.
Como maior partido, o PM,DB tem o direito de escolher o comando da comissão de 21 membros ou a relatoria. O grupo do vice-presidente Michel Temer chegou a indicar o próprio Eunício como relator, mas ele recusou. Segundo líderes de outros partidos, Eunício já havia comentado a possibilidade. Mas os nomes indicados pelos partidos têm que ser eleitos pelos 21 membros da comissão.

Segundo placar de O GLOBO, Raimundo Lira que era favorável ao impeachment passou a ser indeciso.

Pressionado e criticado pelos partidos pró-impeachment, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recuou e aceitou ontem o pedido do senador Aécio Neves (PMDB-MG) de marcar, para a próxima segunda-feira, a eleição da comissão especial. A sessão de segunda-feira começará às 16h.

Confira a lista dos senadores titulares da comissão (conforme anúncio dos líderes):
PMDB: Raimundo Lira (PB); Simone Tebet (MS), José Maranhão (PB), Rose de Freitas (ES) e Waldemir Moka (MS).

PSDB/DEM/PV: Antonio Anastasia (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Cássio Cunha Lima (PB).

PP/PSD: Ana Amelia (PP-RS), José Medeiros (PSD-MT) e Gladson Cameli (PP-AC).

PSB/PPS/PCdoB/Rede: Romário (PSB-RJ), Fernando Bezerra (PSB-PE). O bloco ainda deve indicar uma terceira vaga, que seria Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM),
PR/PTB/PSC/PRB/PTC: Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrella (PTB-MG).
PT/PDT - Gleisi Hoffmann (PT-PR), José Pimentel (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ). São quatro vagas, faltando uma vaga. O bloco de Apoio ao Governo só formalizará os nomes nesta sexta-feira.