A Petrobras antecipou a entrega da plataforma P-57 em três meses para beneficiar a campanha de Dilma Rousseff em 2010, segundo depoimento de Julio Faerman ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. Faerman é um dos 12 denunciados pelo MPF por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros, em contratos firmados entre a estatal e a holandesa SBM. A Petrobras teria pago US$ 25 milhões pela antecipação, por meio de aditivo ao contrato, de acordo com delação.
Os depoimentos foram tomados ao longo de 2015 e estavam mantidos sob sigilo até agora.
Em um deles, Faerman informou aos procuradores que a plataforma foi antecipada de dezembro para outubro de 2010, de modo que “pudesse ser feita antes das eleições, em período que a legislação eleitoral ainda permitisse eventos desse tipo”. Segundo ele, o pedido teria partido de um gerente de projetos da Petrobras de sobrenome Klein. O depoente disse, porém, que não recebeu comissão pela antecipação do cronograma. A Petrobras não se manifestou.
Faerman é dono da Faercom, que representava a SBM no Brasil. Ele também teria pagado US$ 300 mil à campanha do PT em 2010, a pedido de Pedro Barusco.