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Pedro Paulo Carvalho será o candidato de Eduardo Paes à prefeitura em 2016 |
ITALO NOGUEIRA - UOL
O PT-RJ decidiu não apoiar mais o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), aliado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), após o peemedebista votar a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O voto de Pedro Paulo foi considerado no Palácio do Planalto como sinal da traição de Paes à presidente. O peemedebista defendia o mandato da petista até a divulgação das gravações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A avaliação do prefeito é que, ao se declarar um "soldado" na defesa de Lula na ligação divulgada, sua imagem passou a ficar muito vinculada ao PT. Desde então, suas defesas enfáticas à presidente cessaram.
"A posição dele nos últimos 20 dias surpreendeu muito. Eduardo era defensor firme do governo. Nossa aliança [com o PMDB no Rio] era baseada na sustentação parlamentar do governo Dilma. O voto do Pedro Paulo é um voto do Paes. É uma traição à democracia. Goste ou não, é um governo eleito", disse o Washington Quaquá, presidente do PT-RJ.
A tendência é que a sigla apoia a deputada Jandira Feghalli (PC do B-RJ), também pré-candidata. "Foi a liderança que mais se destacou nesse processo", disse o presidente do PT-RJ.
O rompimento com o PMDB também põe em risco o mandato de uma das principais lideranças do PT na Câmara contra o impeachment.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Fabiano Horta (PT), vai pedir exoneração do cargo e retoma seu mandato como deputado federal. Ele vai entrar no lugar de Wadih Damous (PT-RJ).
A nomeação de Horta foi um pedido do ex-presidente Lula a Paes, para que Wadih, advogado e ex-presidente da OAB-RJ, pudesse atuar em Brasília contra o impeachment.
"Vamos tentar achar outra solução que não seja o Fabiano. É importante o Wadih ter participado desse processo, mas também não podemos nos manter num governo desses", disse Quaquá.
O PT havia mantido o apoio a Pedro Paulo mesmo após a divulgação das agressões contra a ex-mulher, Alexandra Marcondes. O caso provocou um desembarque de apoios ao peemedebista, o que não foi seguido pelos petistas.
Pedro Paulo é investigado pela Procuradoria-Geral da República pelo caso no STF (Supremo Tribunal Federal).