
A palavra de ordem "Brasil em frente, Temer presidente!" foi entoada várias vezes durante a convenção do PMDB. Uma delas foi em seu discurso.
Temer chegou à mesa da convenção escoltado pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha. E em seu pronunciamento voltou a defender a união do país para enfrentar a crise e enalteceu "a pluralidade de ideias que mantém a unidade do PMDB".
Integrantes da legenda foram duros com os ministros do partido no governo Dilma. O deputado Osmar Terra (RS) quer que eles sejam expulsos da sigla se deciderem permanecer no governo depois que for tomada a decisão de sair. Se tal ocorrer, seria a primeira vez na história partido. A convenção aprovou moção,que não tem caráter deliberativo, para que nenhum peemedebista assume qualquer pasta nos próximos 30 dias.
Está previsto que na próxima semana, o deputado Mauro Lopes MG) será anunciado como o novo ministro da Aviação Civil. O deputado Osmar Serraglio (PR) deu um puxão de orelhas no mestre de cerimônias, Eliseu Padilha, porque esse ao anunciar a presença do deputado Mauro Lopes (MG) o tratou como "futuro ministro".
Serraglio afirmou que era uma vergonha o partido assumir mais um ministério e cobrou de um companheiro: "O Marcelo Castro (ministro da Saúde) está aqui. Ele tem que nos falar porque está no governo". O ministro Marcelo Castro acabou deixando a convenção de fininho, e às pressas, quando os presentes começaram a gritar "Fora Dilma!"

No plenário, dois militantes tinham pixulecos de mão do ex-presidente Lula. Entre os que subiram a tribuna, o deputado Carlos Marum (MS), da tropa de choque de Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara, falou com contundência: "Quem sustenta esse governo, que já não existe mais, é o PMDB governista.Estamos querendo ocupar (ministérios) uma janelinha nesse trem fantasma". Marum falava e no plenário gritaram: "Fora Dilma!" e "Fora PT!".

Foi nesse clima que foi aprovada a moção do presidente do partido na Bahia, Geddel Vieira Lima (foto), propondo "a imediata saída do PMDB do governo, com a entrega de todos os cargos em todas as esferas do Executivo". A previsão é que essa deiberação e debate ocorrerá em cerca de 30 dias, em reunião do novo Diretório Nacional (eleito nesse sábado). Mais moderado dos que pediram expulsões, a moção aprovada afirma que aqueles que desobedeceram terão que responder a um processo no Conselho de Ética.