O PMDB do Rio não aguentou mais ficar ao lado da presidente Dilma. A ampla maioria de seus integrantes vai votar no Diretório Nacional do partido, na próxima terça-feira, pelo rompimento. O presidente do diretório fluminense, Jorge Picciani, diz: “Eu vou votar para sair do governo e acredito que será uma posição amplamente majoritária. Mesmo quem for contra vai respeitar a decisão do diretório”, diz, acrescentando: “Nós somos o PMDB, não o PT. Os últimos fatos e a incapacidade de construir uma saída para a crise nos levam a tomar essa posição. Com todo respeito à presidente, temos que buscar uma saída”. O PMDB não quer se afogar nos braços do PT, nem ficar como a tábua de salvação da presidente Dilma e do governo.
O programa de Temer
O vice Michel Temer ainda não sabe se vai assumir, mas já tem pronta sua plataforma. Ela prevê um duro ajuste fiscal, nos moldes reivindicados pelo mercado. O programa social está em debate e, entre as propostas, está generalizar o ProUni (ensino médio e fundamental) e instituir o pagamento de mensalidade para os ricos em universidades federais.
(Na foto, o presidente do Instituto Ulysses Guimarães, Moreira Franco, coordenador da elaboração do novo programa do PMDB.)
“O PMDB está dividido sobre o apoio ao governo Dilma. Mas o que temos de evitar é que se crie um clima desrespeitoso e agressivo”
Ministro do PMDB
Sobre a reunião do Diretório Nacional
Faça chuva, faça sol
O Planalto está monitorando voto a voto o placar do impeachment. A avaliação é que a presidente Dilma já tem 200 votos. Na contabilidade não está fechado o PMDB, que tem uma bancada de 69 deputados.
Mosca azul
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, é o nome mais citado para concorrer à Presidência pelo PMDB em 2018. A juventude e as Olimpíadas são suas credenciais. Mas segundo um deputado fluminense, ele costuma dizer que só falam no nome dele porque a cúpula não tem um candidato.
Promessa
O PRB, que saiu do governo, continua sendo cortejado pelo Planalto. O partido tem uma bancada de 21 deputados. Na negociação está previsto que, quando a tempestade passar, a legenda volta para um ministério.
Unidade
Nada irrita mais o presidente do PMDB, Michel Temer, do que os defensores do “fica no governo” afirmarem que ele pode dividir ou rachar o partido. Sua posição é que não se pode dizer isso sobre quem fez um esforço enorme para unir o PMDB na recente convenção.
A lavada e o equilíbrio
Os que querem romper com o governo da presidente Dilma Rousseff garantem que na reunião do diretório, terça-feira, vão ganhar de lavada. O outro lado afirma que a disputa está equilibrada
Desânimo
Parlamentares de oposição, que não são investigados pela Operação Lava-Jato, mas constam da lista de doações da empreiteira Odebrecht, estão pensando até em largar a política.
Premeditado. Os políticos acham suspeito que a PF tenha encontrado, depois de tudo que ocorreu, lista de doações da Odebrecht de duas eleições.