sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Justiça nega liberdade a lobistas Mauro Marcondes e sua mulher, Cristina Mautoni

Veja


O lobista Mauro Marcondes, preso na Operação Zelotes
O lobista Mauro Marcondes, preso na Operação Zelotes(VEJA.com/VEJA.com)

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, decidiu hoje manter presos o lobista Mauro Marcondes Machado e a mulher dele, Cristina Mautoni, acusados de operar o esquema de corrupção para comprar medidas provisórias no governo federal, investigado na Operação Zelotes.
Os advogados do casal haviam solicitado a sua libertação alegando que ambos têm problemas de saúde. Mauro sofreria de hipertensão, insuficiência renal e precisaria de implante de marcapasso. Cristina estaria sentindo fortes dores em razão de uma cirurgia vascular nas pernas, feita em outubro. No caso dela, a defesa sugeriu, alternativamente, a transferência para a prisão domiciliar.
Na decisão, o magistrado justificou que o caso de Mauro já foi analisado, não cabendo reconsideração agora. Quanto a Cristina, argumentou que ainda não foi feito um laudo judicial sobe suas condições de saúde. Ele determinou uma perícia a ser realizada na próxima quinta-feira. O juiz ainda destacou que a prisão do casal é necessária para conveniência da instrução criminal, ainda em curso, e garantia da ordem pública.
Cristina, inicialmente, cumpriu prisão preventiva em casa, pois se recuperava da cirurgia vascular. Em janeiro, entretanto, baseada em um laudo médico da Polícia Federal que indicava aptidão de Cristina ao regime fechado, a Justiça determinou a remoção dela para uma unidade prisional em Brasília.
A mulher do lobista tem se apresentado de cadeira de rodas nas audiências da Zelotes e reclamado de condições inadequadas na cadeia. Após as queixas, foi transferida para uma sala especial na PF, a mesma em que ficou preso o senador Delcídio Amaral (PT-MS), detido na Operação Lava Jato.
Nesta sexta-feira, a Justiça vai ouvir mais testemunhas de defesa de réus da Zelotes. O deputado federal José Guimarães (PT-CE) informou em ofício não ter o que declarar sobre os fatos investigados e pediu dispensa. Ele foi arrolado pela defesa do réu Eduardo Valadão como um dos congressistas que participaram da discussão das normas.