Folha de São Paulo
A piada provocou gargalhadas na Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York, na semana passada: "O número 10 já foi símbolo do jogador Pelé no Brasil.
Hoje, é a marca da inflação, do tamanho do deficit público e do nível para o qual caminha o desemprego", comparou o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs.
É o retrato dos principais indicadores do ano passado, reproduzidos nesta página.
Motivo para otimismo se encontra apenas nas contas externas, beneficiadas pelo dólar caro. O PIB de 2015 só será conhecido em março, mas os dados já justificam a permanência do pessimismo em 2016: nos últimos nove trimestres, o investimento caiu a taxas anualizadas de em média -também- 10%.
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Desemprego e juros altos reduzem demanda e seguram repasses de preços;quedas da energia elétrica, do petróleo e de commodities seguram preçose ajudam governo a manter a inflação perto dos 6,5%, teto da meta
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Alta do dólar pressiona os preços, e indexação mantém repasse da inflação passada, levando o IPCA a estourar o teto da meta; a maioria dos economistas já prevê 6,87%, mas há quem estime uma inflação superior a 10%
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Desvalorização do real torna investimentos no Brasil mais baratos e reanima parte da economia; parcela dos demitidos se reacomoda em atividades informais, segurando perto de 10% o desemprego medido pela Pnad Contínua
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Incerteza política e econômica congela investimentos, e alta dos juros eleva dificuldade das empresas, aumentando as demissões; queda na renda leva mais pessoas a procurar vagas, fazendo com que o desemprego supere os 13%
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Alta do dólar reduz custos e torna os produtos brasileiros mais competitivos, estimulando exportações; estímulo ao crédito reanima consumo e estanca queda na produção industrial
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Incertezas econômicas no Brasil e no exterior afetam investimento e consumo, o que leva a indústria a mais um ano de queda, superior a 4% em relação a este ano
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Dólar mais caro favorece exportadores e contém importação; balança comercial com superavit superior a US$ 40 bilhões impulsiona contas externas
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Desaceleração mais brusca da China acelera queda no preço das commodities e reduz efeito positivo da alta do dólar; incertezas reduzem investimento estrangeiro direto, piorando as contas externas
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Programas do governo desafogam crise de empresas endividadas; confiança de empresários e consumidores se recupera e participação do crédito no PIB volta a crescer (descontado o efeito da inflação)
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Incerteza política e econômica e juros altos mantêm baixa a procura por crédito, reduzindo consumo e investimento; fatia do crédito em relação ao PIB encolhe por mais um ano