
Com O Globo e agências internacionais
BUENOS AIRES - O Grupo Clarín, maior conglomerado de mídia na Argentina, afirmou nesta quinta-feira que comprou a totalidade de filial local da Nextel, da empresa NII Holdings, sem anunciar o valor da transação. Ainda falta a aprovação do regulador do país de meios de comunicação, informou o grupo em nota enviada à Comissão Nacional de Valores da Argentina.
Em setembro, o governo da então presidente Cristina Kirchner — que durante anos teve embates com o Clarín — havia rejeitado a compra de 49% da Nextel pelo grupo por ausência de autorização prévia do então organismo regulatório de telecomunicações. Uma medida judicial, no entanto, suspendeu o veto. A empresa seguiu ainda e adquiriu o restante da empresa, que é o quarto maior operador de telefone celular do país, com 3% de participação no mercado. A aquisição dos 49% custou US$ 178 milhões.
Pouco depois de assumir o poder em dezembro, o presidente Mauricio Macri dissolveu os órgãos reguladores midiáticos criado na gestão anterior e os substituiu pela Entidade Nacional de Comunicações (Enacom), que agora deve analisar a operação.
Macri já havia aliviado restrições para empresas deifinidas pela Lei de Meios, de 2009, que apontavam para uma maior pluralidade, mas que gerou batalhas judiciais diante de prejuízos do Clarín, forte opositor do governo Kirchner.