| Pedro Ladeira - 7.out.15/Folhapress | |
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| O então líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que tenta retomar o cargo |
GUSTAVO URIBE - Folha de São Paulo
Com o apoio do Palácio do Planalto, o deputado federal Leonardo Picciani (RJ) protocolou na secretaria-geral da Mesa da Câmara dos Deputados abaixo-assinado com o apoio de 36 dos 69 integrantes da bancada do PMDB para retornar à liderança do partido.
Ele havia sido destituído na semana passada, em movimento articulado pelo vice-presidente Michel Temer.
O deputado, no entanto, ainda não foi oficialmente restituído, uma vez que a secretaria-geral checa as assinaturas apresentadas pelo peemedebista. Segundo a Folha apurou, o órgão legislativo está resistente a reconhecer duas das assinaturas, que estavam na lista de apoio a Leonardo Quintão (PMDB-MG).
Os aliados do parlamentar carioca ameaçam ingressar na Justiça caso decidam por não restitui-lo.
Para tentar retornar ao posto e retirar o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), Picciani contou com uma força-tarefa do governo federal, que mobilizou ministros do partido. O esforço concentrado contou com as participações de Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia).
Nas conversas reservadas, segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto ameaçou cortar cargos e congelar emendas de deputados federais do PMDB caso eles não apoiassem o retorno do parlamentar carioca ao cargo.
Em uma contraofensiva, aliados de Quintão, que permaneceu no posto por oito dias, já se mobilizam para apresentar uma nova lista nesta quinta-feira (17) que o reconduza ao posto.
"Nós demos um passo importante para acabar com esse procedimento que é ruim para o partido. Em fevereiro, teremos eleição diretas, e quem quiser poderá disputar para ser eleito no voto. O momento agora é para se buscar a unidade na legenda", disse Picciani.
"Eu vejo isso como um equívoco", acrescentou.
O peemedebista informou que falará ainda nesta quinta-feira (17) com Temer e disse que buscará o diálogo com ele, apesar dele ter atuado por sua retirada do posto de líder do partido. "O PMDB é um partido grande, no qual não cabem medidas cartoriais", afirmou.
Nesta quarta-feira (16), a Executiva Nacional do PMDB, com o apoio do vice-presidente, publicou resolução para barrar filiações à sigla consideradas "oportunistas", as quais tinham como objetivo aumentar no partido o apoio à recondução de Picciani.
A decisão foi criticada pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-RJ), que tem travado um embate com Michel Temer.
