Os cubanos correm, enquanto é tempo, para ser recebidos nos Estados Unidos
A atenção básica em saúde em Cuba é tão primorosa que seus cidadãos vendem a casa e todos os pertences, compram uma passagem para o Equador e iniciam uma jornada de 4600 quilômetros, por terra e por mar, exponde-se a bandidos, sequestradores e cartéis de droga mexicanos, para fugir para os Estados Unidos.
O sistema educacional na ilha comunista é tão eficiente que os pais levam também seus filhos para essa perigosa travessia pela América Central.
A "retomada histórica" das relações entre Estados Unidos e Cuba, anunciada como um presente de Natal pelo presidente Barack Obama há um ano, promete melhorar ainda mais a vida no paraíso caribenho, a ponto de ter quadruplicado o número de cubanos que cruzam oito países rumo ao exílio americano.
Em uma era avessa a sutilezas, é preciso advertir que os elogios acima são ironias - ainda que firmemente ancoradas em clichês repetidos pelos simpatizantes dos irmãos Castro.
A atual onda migratória para os Estados Unidos se deve aos rumores de que a tal retomada diplomática levará à suspensão da política de "pés secos, pés molhados", que facilita a concessão de visto de permanência aos cubanos que pisam em território americano.
Os que são recolhidos em botes improvisados no mar são devolvidos a Cuba, por isso a escolha por rota mais longa, por terra.
O Exército da Nicarágua, porém, está barrando os cubanos na fronteira com a Costa Rica.
Milhares estão represados ali, sem poder alcançar o sonho da liberdade.
E da saúde e da educação verdadeiramente almejáveis.