terça-feira, 3 de novembro de 2015

China diz que crescimento anual não ficará abaixo de 6,5% até 2020

Reuters


Meta é dobrar PIB e renda ‘per capita’ nos próximos 5 anos




Presidente da China, Xi Jinping - Jason Lee / Reuters


PEQUIM - O crescimento econômico anual da China não ficará abaixo de 6,5% nos próximos cinco anos para alcançar a meta de dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) e a renda per capita de 2010 até 2020, disse o presidente, Xi Jinping, segundo a agência de notícias Xinhua nesta terça-feira. A Xinhua não deu mais detalhes.

Assim como a Europa e o Japão, a China está enfrentando a pressão da deflação, que leva empresas a desacelerarem investimentos e consumidores a evitarem consumir, o que puxa a economia para baixo.

Na última segunda-feira, o governo chinês divulgou que o crescimento econômico do país no terceiro trimestre do ano foi de 6,9% frente ao mesmo período de 2014. Este é o índice mais fraco desde 2009, quando o crescimento chegou a 6,2%, o que já tinha acendido as expectativas para novas medidas de estímulo à economia.

Em meio à desaceleração, a China tem se apoiado nas medidas de flexibilização monetária mais agressivas desde a crise financeira global de 2008, na esperança de tranquilizar líderes globais.

No dia 23 de outubro, a China anunciou duas medidas para estimular sua economia. De um lado, o banco central cortou as taxas de juros pela sexta vez em quase um ano, desde novembro de 2014. A redução é de 0,25 pontos percentuais. Com isso, a taxa de juros de referência para empréstimos de um ano cairá para 4,35%, enquanto no caso dos depósitos essa taxa será de 1,75%.

Por outro lado, o país mexeu nas regras do setor bancário, ao reduzir em 0,50 ponto percentual a chamada reserva obrigatória dos bancos, que corresponde ao volume de recursos que os bancos comerciais devem reservar na hora de fazer suas operações, ou seja, que não podem ser emprestados.

É um mecanismo semelhante ao depósito compulsório no Brasil: o banco central obriga os bancos a colocar parte dos depósitos à vista captados pelos clientes em uma conta separada. Com isso, a China busca aumentar a liquidez da economia.

Até recentemente a redução simultânea das taxas de juros e das exigências de reservas era rara na China. Em agosto — no auge das perdas das ações nas Bolsas chinesas —, o banco central também cortou juros e reservas no mesmo dias.