Além da infeliz comparação entre delatores da Lava-Jato e presos políticos da ditadura (leiaaqui), a passagem de Dilma Rousseff pelos EUA teve uma contradição no discurso da presidente.
Ao responder sobre a citação dos ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva, da cozinha do Planalto, na delação premiada de Ricardo Pessoa, Dilma disse nunca ter nomeado ou demitido ministros com base em revelações feitas pela imprensa e que “só se condena quando se provar”. Não é bem assim.
Entre julho e dezembro de 2011, quando oito ministros perderam suas pastas, seis deles deixaram a Esplanada depois de reportagens.
O caso mais emblemático foi o de Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Transportes. Em 2 de julho de 2011, um sábado, VEJA publicou detalhes de um esquema de cobrança de propinas no DNIT e na Valec. No dia 6 de julho, uma quinta-feira, sem ser julgado ou condenado pela Justiça, Nascimento pediu para deixar o Ministério. “Pediu” oficialmente, claro, pois foi instado a demitir-se.
