Eu fui conservador e mantive na coluna de hoje o título da de ontem, que disparou contra a quantidade de pretendentes obscuros na corrida das primárias presidenciais republicanas. Obviamente, o problema da senhora da foto não é obscuridade. Então, por que conservar o título? Como não fui muito caridoso com os republicanos na maratona, quero enriquecer o debate, trazendo uma contribuição da ala conservadora sobre o quem é quem entre os pretendentes democratas.
Para Fred Barnes, editor da revista The Weekly Standard, o plantel democrata é patético. A plutocrata Hillary Clinton de forma desajeitada se desloca para a esquerda em reação à pressão da base do partido enquanto foge da imprensa para não responder às questões sobre as doações para a Fundação Clinton e seus e mails privados.
Barnes não tem misericórdia com outro pretendente, o senador Bernie Sanders, de 73 anos Diz que ele parece 10 anos mais velho e considera normal uma alíquota de 90% no imposto de renda (o sarcástico Sanders rebate que era assim nos anos 50, quando os EUA eram governados pelo “comunista” Dwight Eisenhower). Barnes menciona alguns pretendentes obscuros, como o ex-senador Jim Webb (“melhor romancista do que político”) e o ex-governador de Maryland, Martin O’Malley (ansioso para taxar tudo e todos).
O ponto essencial da crítica de Fred Barnes é que os pretendentes presidenciais representam uma boa metáfora para o Partido Democrata como um todo: são velhos, cansados e sem imaginação. No passado, os candidatos democratas eram jovens, brilhantes e cheios de energia: Bill Clinton tinha 46 anos em 1992, John Kennedy era um ícone de vitalidade quando venceu em 1960 com 43 anos e Franklin Roosevelt tinha 50 anos em 1932 (e olha que ele estava na cadeira de rodas). Agora, o símbolo de juventude entre os democratas é Martin O’Malley com 52 anos, enquanto vovô Bernie pega no pé da vovó Hillary.
Entre os republicanos, há uma safra de quarentões: Marco Rubio (44), Bobby Jindal (43) e Ted Cruz (47). Barnes, porém, passa praticamente ao largo do dinástico e sessentão Jeb Bush, quando argumenta sobre a velhice e mesmice dos democratas. Bush, ex-governador da Flórida, é mencionado quando Barnes argumenta que os americanos preferem eleger governadores para a Casa Branca, pois eles fizeram coisas e têm prontuário. Ok, fica registrada a alfinetada contra a ex-secretária de Estado, ex-senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton.
O texto de Fred Barnes cobre também o cenário de eleições para governadores e Congresso, que eu vou ignorar aqui. O essencial é o seu argumento de que os democratas têm um “banco fraco” para o jogo presidencial, enquanto o dos republicanos é sólido. Faltou dizer que este banco republicano está apinhado e que as pesquisas (prematuras) mostram que a “velha, cansada e sem imaginação” Hillary Clinton derrotaria qualquer republicano se as eleições fossem hoje.
