Jérôme Valcke, secretário-geral, diretamente associado a denúncias de propina, disse que realizar votação em 2017 seria 'sem noção'
Pressionada por investigações de autoridades americanas sobre propinas e subornos ligados às escolhas das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, a Fifa anunciou nesta quarta-feira (10) que adiará o processo seletivo para a sede de 2026. Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, disse em entrevista coletiva na Rússia que seria "sem noção" começar a escolha da sede para o Mundial seguinte diante das condições atuais, relatou o jornal The Guardian.
O próprio Valcke é alvo de uma investigação de propina relacionada à Copa de 2010, realizada na África do Sul. Investigadores americanos afirmaram que houve pagamento de US$ 10 milhões a Jack Warner, ex-presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa, para favorecer o país africano. O secretário-geral sabia do pagamento da propina, apesar de a federação ter negado, conforme mostrou carta publicada pelo jornal Daily Mail. Ao todo, 14 nomes da Fifa foram indiciados pela Justiça e outros quatro já se declararam culpados.
O processo de escolha da sede da Copa de 2026 aconteceria em maio de 2017 no Congresso da Fifa a ser realizado na Malásia. Estados Unidos, México e Canadá eram esperados para que apresentassem candidaturas, em um Mundial que retornaria à América do Norte após 22 anos – a última aconteceu em 1994 nos Estados Unidos, que tentaram receber a edição de 2022, mas perderam para o Qatar, hoje investigado pelas mesmas autoridades americanas.