Em nota divulgada nesta terça-feira, a Camargo Corrêa informou que contratou executivos novos para substituir os que caíram na malha da Operação Lava Jato. O texto anota que a construtora pendurou no seu organograma uma nova diretoria de governança corporativa. Cuidará dos “diversos esforços de aprimoramento de seus programas de controle interno e transparência administrativa.”
Assessorada por especialistas, a Camargo Corrêa diz perseguir o aprimoramento do seu sistema de controles, “para garantir a mobilização de seus integrantes na aplicação do código de conduta para atuação ética e responsável.”
De resto, a nota realça que a “designação de uma nova liderança e a criação da diretoria de governança corporativa evidenciam o compromisso da construtora em adequar-se às melhores práticas de mercado e aos novos desafios impostos pelas transformações no modelo de desenvolvimento de negócios do setor de construção civil''.
São mesmo insondáveis os efeitos da Lava Jato. Fundada há 75 anos, a Camargo Corrêa descobriu no dicionário vocábulos que não ornavam com suas antigas empreitadas: ética, transparência, controle, responsabilidade. Nesse contexto, a diretoria de governança tem a aparência de um sistema de alarmes que a construtora criou contra si mesma, para evitar recaídas.
Resta agora saber se a Camargo Corrêa se faz de boazinha para assinar com o governo um acordo de leniência ou se está falando sério. Uma forma de demonstrar seriedade seria fechar o caixa dois e anunciar à plateia que a empreiteira não fará mais “doações” eleitorais, a começar da campanha de 2016.