sábado, 28 de março de 2015

"O distritão avança", por Ilimar Franco

O Globo


       O vice Michel Temer vai se reunir com o presidente do PSDB, Aécio Neves, nos próximos dias. Quer convencê-lo a apoiar o Distritão, pelo qual são eleitos os deputados mais votados. A proposta tem cerca de 246 votos na Câmara. Aprovada, ela elimina o quociente eleitoral e torna desnecessário votar leis para proibir as coligações ou instituir a cláusula de desempenho.
A formação da maioria
A intenção do PMDB é isolar o PT no debate da reforma política. Os petistas defendem o voto em lista de candidatos, mas não têm apoio. O PSDB tem sua preferência, o voto distrital misto, mas também lhe falta voto. Os defensores do distritão tentam convencer os tucanos que suas propostas são muito próximas, pois levam à redução do número de partidos. Mas ainda não há acordo. Por isso, Aécio Neves vai apresentar a reforma do seu partido, após a Páscoa. Ela contempla: voto distrital misto; fim da reeleição para o Executivo, com mandato de 5 anos; fim das coligações nas proporcionais; cláusula de desempenho; coincidência dos pleitos; e tempo de TV limitado à cota dos partidos do presidente e do vice.
Os presidentes Renan Calheiros (Senado) e Eduardo Cunha (Câmara) apoiam. O PMDB banca o ajuste. Mas o PT tem que acompanhar o governo 

Eliseu Padilha 

Ministro da Secretaria da Aviação Civil
Uma mão lava a outra
Para os governadores do Nordeste, a presidente Dilma foi taxativa. Afirmou que não vai nem pode assumir qualquer compromisso com novos investimentos, enquanto não tiver garantida a aprovação do ajuste fiscal pelo Congresso.
Abrindo caminho
O presidente do PDT, Carlos Lupi, está exultante. Ele dá como certa a filiação ao PDT do ministro Armando Monteiro (Indústria e Comércio), na foto. Ele é filiado ao PTB, mas planeja deixar a sigla assim que for anunciada sua fusão com o DEM. O novo partido terá tintura de oposição e Armando apoia o governo Dilma e quer continuar ministro.
Pesos e medidas
O PT e os partidos de esquerda relutam em apoiar o ajuste fiscal. Alegam que são demasiados os cortes nos benefícios sociais e trabalhistas. Enquanto isso, há consultorias econômicas que avaliam que essas medidas não serão suficientes.
Na província
O PSDB do Paraná está apreensivo. A aprovação do governador Beto Richa despencou para 20% (Paraná Pesquisas). E o Grupo de Combate ao Crime Organizado deteve Luiz Abi, primo de governador. Ele é acusado de provocar prejuízo de R$ 500 milhões na Receita Estadual. O partido teme desgaste para 2018, quando o senador Álvaro Dias deve concorrer ao governo local.
Dilma envia mensagem para a CNB
A Construindo um Novo Brasil, principal tendência do PT, vibrou com a escolha de Edinho Silva para ministro da Secom. Ela pressionava, há um bom tempo, para ter um de seus quadros orgânicos na cozinha do Palácio do Planalto.
Crítica, usos e costumes
A nomeação do tesoureiro da presidente Dilma, Edinho Silva, para o ministério (Secom), não é uma inovação. O do ex-presidente FH, Bresser Pereira, foi seu Secretário da Administração (1995/1998) e ministro da Ciência e Tecnologia (1999).
O PT e o PMDB concordam que está faltando um animador no governo, pois o Joaquim Levy só corta. Eles querem quem venda prosperidade.