Presidente do Grupo Galvão e Guilherme Esteves foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba
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A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (27), mais dois investigados na operação Lava Jato. O presidente do Grupo Galvão e um suspeito de atuar como operador do desvio de dinheiro da Petrobras.
As prisões foram feitas em São Paulo e no Rio de Janeiro e os dois levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. No Rio, Guilherme Esteves de Jesus foi preso porque, segundo a polícia, tentou sonegar provas do crime.
Em fevereiro, policiais foram até a casa dele com mandado de busca e apreensão. Chegaram às 4h57 e tocaram a campainha. A ação foi gravada pelas câmeras de segurança da casa tudo. Quem atende o interfone é a mulher de Guilherme, que pede um tempo, segundo ela para prender os cachorros. Mas, quatro minutos depois ela sai da casa pelos fundos com um pacote nas mãos. Guilherme, primeiro, tranca o portão que ela usou para sair e só depois atende os policiais.
Guilherme Esteves é acusado de entregar propina de empresas para os agentes públicos. Os pagamentos, segundo a polícia, teriam sido feitos no exterior em contas controladas por Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, ex-gerente da estatal, e mais um executivo e o presidente da empresa Sete Brasil, João Ferraz, criada com participação da Petrobras para exploração do pré-sal.
Outro preso nesta sexta-feira (27) é Dario Queiroz Galvão Filho, presidente do Grupo Galvão. Segundo o Ministério Público Federal, a Galvão Engenharia pagou propina em contratos da diretoria de serviços da Petrobras. E esses pagamentos foram feitos por meio de contratos simulados com empresas de Shinko Nakandakari, outro operador do esquema, que fez acordo de colaboração com a Justiça.
Em depoimento, Shinko disse que Dario Galvão era quem ordenava o pagamento de propina.
“Na Galvão, ninguém faz por conta própria. Se tem algum direito a acertar daquilo que foi combinado, é primeiro feito um alinhamento com Dario Galvão, para depois dar uma posição”, afirma Shinko Nakandakari.
Além do depoimento, segundo o juiz Sérgio Moro, Shinko Nakandakari apresentou documentos como as notas fiscais fraudulentas e mensagens eletrônicas trocadas com dirigentes da Galvão Engenharia que confirmariam o papel de Dario Galvão como o efetivo mandante dos pagamentos.
Ele já responde a processo por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O Grupo Galvão declarou que considera arbitrária a prisão do presidente da empresa controladora do grupo, Dario Galvão Filho. Que ele não cometeu nenhum crime e que a empresa rechaça qualquer tentativa de incluí-la nas alegações de formação de cartel e corrupção.
O advogado de Renato Duque disse que o cliente não recebeu qualquer valor indevido na direção da Petrobras.
A Sete Brasil informou que a direção foi substituída em 2014 e que uma auditoria externa nos contratos concluiu que eles estavam dentro da legalidade e com preços praticados pelo mercado.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com o advogado do outro preso na operação desta sexta, Guilherme Esteves de Jesus, nem com o advogado de Pedro Barusco.