A política é feita de ideias e símbolos. No tempo do Império, por exemplo, para reforçar seu ideário autocrático, o poder adotou como símbolo uma palmeira imponente, logo denominada de palmeira-imperial. Sob Dilma Rousseff, numa fase em que escasseiam as ideias e deterioram-se os símbolos, a presidente decidiuconfiar as atribuições de líder do governo na Câmara ao deputado José Guimarães (PT-CE).
Guimarães é irmão de José Genoino, condenado no mensalão. Em 2005, quando as manchetes promoviam a autópsia do escândalo, um assessor do novo líder do governo, à época deputado estadual, foi preso no aeroporto de Congonhas. Tentava embarcar de São Paulo para Fortaleza com US$ 100 mil acondicionados na cueca. Dinheiro proveniente de corrupção no Banco do Nordeste, informou na época a Polícia Federal.
Ocupada em travar um “combate sem trégua contra a corrupção”, Dilma já não tem tempo para associar o seu governo a símbolos que ornem com o discurso. Na liderança da Câmara, o governo de madame será associado a uma imagem que não combina com a fome de assepsia que se espraia pela sociedade. No Império, a palmeira-imperial. Hoje, a cueca-terminal.