A situação em que a presidente Dilma pensava em deixar a Petrobras era absurda. Com uma diretoria demissionária no meio da pior crise da sua história. Ao tirar a cadeira de Graça Foster e da diretoria, e ao mesmo tempo deixá-los lá, Dilma estava repetindo o mesmo que fez com o ex-ministro Guido Mantega na Fazenda. Numa empresa no meio da tempestade é absurdo pensar nisso. É uma demonstração de erro de gestão elementar.
A empresa não poderia ficar à deriva. Ela só poderia ter demitido Graça Foster depois de já ter um nome para apresentar. Ao demitir, deixar vazar, e mantê-la de castigo na empresa, a presidente demonstrou desconhecer como funciona o mercado de ações.
Agora, o governo precisa agir rápido para ocupar o espaço vazio. A bolsa está subindo porque há muito tempo torce por uma solução que restaure a confiança na gestão. O problema é que o erro administrativo da Petrobras não é culpa de Graça Foster mas da interferência política, do loteamento de cargos na empresa para partidos da base aliada, do impedimento decidido pelo Planalto de alterar o preço da gasolina quando o petróleo estava a US$ 100.
A torcida é para que a presidente Dilma afinal entenda a dimensão da crise em que está a Petrobras, crise na qual foi jogada nas administrações do PT e não especificamente por culpa de Graça Foster, a melhor dos três presidentes que a empresa teve desde a eleição do ex-presidente Lula.