segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Eike vive em ostentação incompatível com quem tem dívidas, diz juiz

Do UOL




Polícia apreende bens de Eike Batista e de sua família17 fotos

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12.fev.2015 - Polícia Federal faz operação de busca e apreensão na casa de Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike. O empresário chegou ao local cerca de uma hora após o início da operação Leia mais Marcelo Carnaval / Agência O Globo
O juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que cuida do caso de Eike Batista, disse que o empresário vive em "ostentação totalmente incompatível com quem tem dívidas bilionárias".
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o juiz afirmou que os filhos de Eike continuam viajando para o exterior e pagando hotéis com diária de R$ 5.000.
"Entretanto, não pagam, por exemplo, dívidas dos carros deles, não pagam as multas de trânsito, não pagam o IPVA dos veículos", disse.
UOL procurou Sérgio Bermudes, advogado de Eike, para comentar  o assunto, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Apreensão de carros de luxo

Neste mês, a Polícia Federal apreendeu bens de Eike, seus filhos, sua mulher, Flávia Sampaio, e sua ex-mulher, Luma de Oliveira. O objetivo é garantir os R$ 3 bilhões do empresário que a Justiça Federal mandou bloquear.
Dentre os bens apreendidos estão um Lamborguini, um Porsche, um iate e um piano de cauda. 
Está previsto para quinta-feira (26) o primeiro leilão dos bens.

Julgamento por crimes contra o mercado

Eike está sendo julgado por crimes contra o mercado financeiro. Ele é acusado de manipulação do mercado e uso de informação privilegiada ao negociar ações da sua petroleira, a OGX (hoje OGPar), o que teria causado prejuízo a investidores.
O julgamento teve sua primeira audiência em novembro de 2014 e ainda não há data para sua retomada.
Os advogados de Eike questionam a imparcialidade do juiz e pediram que ele seja retirado do caso. Para eles, Souza se manifestou publicamente contra Eike na época da audiência, ao dizer que o empresário era "megalomaníaco" e o julgamento era "histórico".
Ao Fantástico, Souza disse ser "absolutamente isento e imparcial, porque eu não tenho nenhum interesse em condená-lo ou absolvê-lo. Eu tenho interessem sim, em conduzir o processo da forma mais legítima possível."